O Caso Neruda, de Roberto Ampuero

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Por Ana Paula Laux – Roberto Ampuero é natural do Chile. Jornalista e professor universitário, foi exilado após o golpe militar de 1973, estudou literatura e antropologia, morou em Cuba e na República Democrática Alemã e só conseguiu retornar ao Chile em 1992. Foi quando lançou o primeiro romance policial com o detetive Cayetano Brulé.

Em “O caso Neruda”, Brulé interage com ninguém menos do que o poeta Pablo Neruda, que confia a ele uma missão muito pessoal e, por que não dizer, emocional: encontrar um nome importante do passado do poeta. Nos primeiros capítulos, as descrições minuciosas acabam desviando um pouco o rumo da leitura. Passados alguns capítulos, quando Brulé recebe a missão e sai em busca de pistas pelo mundo, é que a história começa a empolgar. Os diálogos de Cayetano com o poeta, as crises existenciais dos personagens e a fotografia de uma América do Sul nostálgica são pontos marcantes da história. Realidade e ficção podem até se confundir em alguns momentos.

Quem não conhece a biografia de Neruda, acaba se inteirando da vida dele por aqui. Os capítulos do livro foram nomeados em homenagem às mulheres da vida de Neruda, inclusive à madrasta que o criou já que a mãe biológica foi assassinada quando ele era um bebê. Nascido em Valparaíso – cidade onde acontece parte da história – Roberto Ampuero dá velocidade à trama apenas nos momentos finais, quando descreve a tensão do golpe de Estado no Chile (uma descrição aliás muito bem feita), o estado de espírito e as prisões do povo e por fim a deposição e morte do presidente Allende.

Cayetano Brulé é um personagem interessante, mas não o achei tão apaixonante. Vale por ser um romance policial ambientando na América do Sul e pela curiosa participação Pablo Neruda na história. Quem sabe na próxima tentativa?

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nerudaTítulo: O caso Neruda
Autor: Roberto Ampuero
Editora: Benvirá
Ano: 2011
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SINOPSE: Velho e doente, o poeta Pablo Neruda volta ao Chile no inverno de 1973, depois de deixar o posto de embaixador do governo de Salvador Allende em Paris. Nesse momento, Neruda conhece o detetive cubano Cayetano Brulé, a quem confia a missão de seguir o rastro de uma mulher capaz de elucidar um dos segredos mais bem guardados do passado do poeta.

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