Memórias de Sherlock Holmes, um clássico da literatura policial

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Por Leila de Carvalho e Gonçalves – De acordo com uma pesquisa realizada anos trás, ao lado de Papai Noel e Mickey Mouse, Sherlock Holmes é uma das personagens mais conhecidas do planeta. Portanto, ele dispensa apresentações, especialmente, entre os apreciadores de uma boa história de detetive. O mesmo acontece com seu fiel escudeiro, Dr. Watson, cuja lentidão de raciocínio sempre foi um consolo para minhas deduções.

Por sinal, devo confessar meu profundo interesse pelos contos de Conan Doyle, um mestre da escrita cujos enredos influenciaram indelevelmente o gênero policial no século XX e ainda hoje, repaginados, continuam fazendo sucesso em livros, filmes e seriados. Curiosamente, o próprio escritor costumava usar esse artifício, por exemplo, é inegável a semelhança entre “As Faias Acobreadas” e “O Corretor” cujo texto faz parte do livro “Memórias de Sherlock Holmes” que acabo de reler.

<Lançado em 1895, trata-se de uma seleção de doze histórias publicadas originalmente na revista “Strand Magazine” entre dezembro de 1892 e dezembro de 1893. No entanto, na primeira edição eram só onze pois, na última hora, o escritor excluiu “A Caixa de Papelão” cuja violência o desagradava. Porém, como sua abertura era impecável, ela foi aproveitada em “O Paciente Residente”. Somente anos mais tarde, na segunda edição, Doyle autorizou reverter tais mudanças, voltando o livro a ter seu formato original.

Essa é a versão costumeiramente preferida pelas editoras e segue uma breve apresentação de cada episódio:

Silver Blaze – Seu título refere-se ao nome de um cavalo campeão que desaparece poucos dias antes da “Taça de Sussex”. Holmes é contratado para descobrir seu paradeiro, a medida que, líder nas apostas, sua ausência interessa a muita gente.

A Caixa de Papelão – Esse caso gira em torno de uma caixa contendo duas orelhas que vai parar nas mãos de Miss Cushing, uma pacata dona de casa. Afinal, de quem é ou quem são seus proprietários?

A Face Amarela – Politicamente incorreto, o episódio envolve um suposto adultério, expondo o preconceito racial de forma bastante cruel, mas adequada ao comportamento da sociedade na época.

O Corretor – O conto é baseado numa estranha proposta: que tal você ganhar o dobro num novo emprego desde que jamais apareça para trabalhar? Se ficou interessado, leia o texto antes de pedir a conta.

A Tragédia do Gloria Scott – Primeira investigação de Holmes, quando ainda era um estudante. O caso foi o estopim para ele escolher a carreira de detetive e trata do desaparecimento de um navio, o Glória Scott, com mais de cem pessoas a bordo.

O Ritual Musgrave – Um de seus primeiros casos. Victor Trevor, um amigo dos tempos de faculdade, recorre ao detetive para descobrir o estranho sumiço de seu mordomo.

Os Fidalgos de Reigate – O leitor encontra Holmes adoentado, descansando na França, após a resolução de uma investigação de importância internacional. No entanto, seu sossego dura pouco, quando um cocheiro aparece morto na vizinhança.

O Corcunda – Trata do violento assassinato do coronel James Barclay. O detetive consegue solucionar o mistério baseado num episódio do Velho Testamento que conta a curiosa história de Betsabé, uma das esposas do rei Davi.

O Paciente Residente – Apresenta as desventuras de Mr. Blessington que, idoso e doente, teve a infeliz ideia de convidar seu médico, Dr. Trevilyan, para ir morar com ele e montar um consultório em sua casa.

O Intérprete Grego – Envolvendo um poliglota grego, chantagem e sequestro, o conto revela uma surpresa: Mycroft, o irmão mais velho de Holmes, considerado o mais astuto da família.

O Tratado Naval – Depois do irmão, chega a vez de conhecer um dos raros amigos do detetive, Percy Phelps, acusado do desaparecimento de importantes documentos do governo.

O Problema Final – Nessa narrativa, Doyle, cansado do detetive, mata Holmes. No entanto, acabou tendo que “ressuscitá-lo” de olho nas finanças e por conta da insistência dos fãs. O responsável por sua morte é o Professor Moriarty, conhecido como o “Napoleão do Crime Organizado” e posso garantir que “muita água vai rolar” até o desfecho da história.

Esses casos fazem parte da fase áurea do escritor. Posteriormente, deprimido com a perda dos familiares e cada vez mais envolvido com o Espiritismo, suas histórias foram adquirindo um tom mais sombrio e fantástico, mas esse é um assunto para um próximo comentário e só resta desejar a todos uma boa leitura.

 

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SOBRE O LIVRO

Título: Memórias de Sherlock Holmes
Autor: Arthur Conan Doyle
Tradução: Alessandro Zir
Páginas: 230
Editora: L&PM Pocket
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SINOPSE – Memórias de Sherlock Holmes reúne onze histórias do mais famoso detetive da literatura, publicadas originalmente na revista Strand, entre dezembro de 1892 e dezembro de 1893. Entre estes contos, narrados pelo Dr. Watson – velho amigo e o mias fiel observador do gênio dedutivo de Holmes –, estão algumas daquelas que são consideradas por fãs e especialistas as melhores histórias do detetive. É o caso de “Silver Blaze”, em que Holmes e Watson investigam, às vésperas de um grande torneio do turfe inglês, o sumiço do cavalo favorito da prova, e “O ritual Musgrave”, em que os dois são chamados para desvendar o paradeiro e o estranho comportamento do mordomo e da governanta de uma tradicional família.

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