O Alienista, uma série para se apaixonar

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Por Ana Paula Laux – Um trio que trabalha para a polícia. Um assassino de meninos solto nas ruas de Nova York em 1896. Uma investigação em curso para capturar o serial killer. Bem-vindos à O Alienista, uma das melhores séries de crime na Netflix.

A série é uma adaptação do livro homônimo de Caleb Carr (não confundir com o conto do Machadão), que foi publicado em 1994 e saiu no Brasil pela Editora Record. Eu já tinha ouvido falar muitíssimo bem do livro, mas como ele estava fora de catálogo ainda não tinha conseguido ler. A história é realmente de tirar o fôlego, e a ambientação ficou apenas espetacular.

No final do século 19, um assassino em série está matando meninos que se prostituem nas ruas e bordeis de Nova York. Após matá-los, ele os mutila, extrai partes do corpo, arranca seus olhos e genitais, uma barbárie inimaginável. Os meninos assassinados são de bairros pobres, fato que leva a polícia da época a ignorar o alerta de um assassino em série nas redondezas. Não há absolutamente nenhuma indicação do motivo que o leva a cometer tais crimes. A princípio, eles mais parecem uma espécie de ritual macabro.

Após investigações preliminares, acredita-se que o assassino possa pertencer à elite da sociedade. A escola antiga da polícia de Nova York, liderada pelo então novato Theodore Roosevelt (que se tornaria presidente dos Estados Unidos anos mais tarde), é profundamente corrupta e adepta em proteger altos membros da sociedade, então a investigação empaca em vários níveis. Isolado, Roosevelt aposta suas fichas em um alienista, que era o médico especializado em doenças mentais da época, pois ele quer encontrar alguma lógica nos crimes para tentar identificar o assassino.

O elenco de O Alienista foi um dos maiores acertos do programa. Estão sensacionais em seus papeis a jovem e impetuosa Dakota Fanning vivendo Sarah Howard, a primeira mulher contratada pela polícia de Nova York, Daniel Bruhl como o psicólogo Laszlo Keizler, que usa as pessoas e seus problemas pessoais na tentativa de entender a lógica da mente mas que mal confronta seus próprios medos, e Luke Evans, um ilustrador do New York Times um tanto ingênuo, um tanto perdido e essencialmente de bom coração.

Um personagem assustador é o Capitão Connors, parte atuante daquela polícia corrupta e decrépita que foi morrendo aos poucos nos Estados Unidos com a passagem para o novo século. Interpretado por David Wilmot, o policial irlandês é fisicamente caricato, tem uma natureza tão imoral e um olhar tão avassalador que poderia passar seus dias do outro da cela em qualquer prisão. Além de Roosevelt, outra figura do passado que dá as caras é JP Morgan, banqueiro que controlou os Estados Unidos no final do século 19, dono de uma fortuna e de uma coleção de obras de arte de respeito.

A ambientação da série faz com que até os momentos mais arrastados, como as diversas investigações que não dão em nada e levam os detetives a vagar por fins de mundo ou becos imundos, sejam momentos com cenas interessantes e que captam a nossa atenção. A ambiguidade dos personagens também é outro ponto positivo. Não há ninguém facilmente decifrável ali. Todos têm seus demônios pessoais para tratar, suas esquisitices, suas fraquezas. Todos pisam na Talvez o único que apareça como alguém acima de qualquer suspeita seja mesmo Roosevelt, que segundo diz a história acabou reformando o departamento de Polícia de Nova York a partir de 1895, combatendo a corrupção e modernizando o setor.

Depois de acabar a primeira temporada, que tem 10 episódios facilmente maratonáveis, o sentimento  é o de depressão pós-série. A pergunta que fica é: será que O Alienista vai ganhar uma segunda temporada? Yes, pleeeeeease!

[Imagem: Divulgação]

 

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7 comentários em “O Alienista, uma série para se apaixonar”

  1. Discordo. A série apresenta uma série de incongruências. A personagem de Dakota Faking não existiria naquela época. As mulheres não tinham nem direito a voto. E duvido também que existisse uma jornalista negra em atividade. Isso sem falar nas modificações feitas na trama do livro que só enfraqueceram a dramaturgia. Uma pena. Há um outro livro com estes personagens, “O Anjo das Trevas”. Se for adaptado, espero que tenha mais sorte.

    1. Na verdade, as mulheres começaram a ser empregadas para trabalhar nas prisões dos Estados Unidos a partir de 1845, e nos departamentos de polícia a partir de 1891, mais especificamente no Departamento de Polícia de Chicago. Quanto à questão da jornalista negra, a primeira editora negra nos Estados Unidos foi Mary Ann Shadd Cary, nascida em 1823 e, portanto, atuante já após a metade do século 19 (ela morre em 1893, três anos antes do ano em que a série é ambientada em Nova York). Aqui tem um bom artigo sobre a evolução da participação da mulher nessa área policial nos Estados Unidos: https://www.policeone.com/police-history/articles/8634189-Police-History-The-evolution-of-women-in-American-law-enforcement/

  2. Eu estava adorando a série mas me decepcionei com o final.
    Sim, tive coisas que idealizei e por não se concretizar acabei torcendo o nariz. Porém, isso não se torna o motivo de minha decepção, não leio um livro ou uma série esperando que termine do jeito que eu imagino, pelo contrário, adoro aquele desfecho que eu nem poderia sonhar, e é justamente por isso que me decepcionou. Acredito que pelo rumo de mistério, investigação e reviravoltas o mínimo que o telespectador merecia era algo mais surpreendente, ou no mínimo mais impactante. Enfim, o próprio seriado trabalhou com essa premissa e não cumpriu, foi com essa sensação que a acabei, juntamente sem entender ao certo outras coisas que ficaram confusas.
    Pretendo comprar o livro na expectativa de que o mesmo possa ser melhor ou que de repente consiga ser mais esclarecedor, mas com certeza não o lerei com tanta empolgação como sentia até assistir o último episódio.

  3. Ah!!!! vai!!!! é uma bela série, gostei muito dos episódios da relação entre os personagens. a ambientação ficou showww!!!
    O que mais se quer? ser mais magnânimo que o rei?
    Esperando a segunda temporada! mesmo!

  4. Eu amei a serie! Achei que alguns episódios ficaram vagos, esperava uma continuação, tipo do riquinho que morreu na ponte, tipo ficou vago !???
    Eu espero muitoooooo que tenha a segunda temporada! Apesar de que a série foi criada a partir de um livro.
    Comprei o livro pela Amazon, estou ansiosa pra ele chegar, espero sanar minhas dúvidas a respeito de alguns capítulos vagos na série.
    Recomendo demais a série 🙂

  5. Obrigada, verei a série eu gosto o trabalho de Luke Evans, é um grande ator. Muitos poucos filmes juntam a tantos talentos como Professor Marston e as Mulheres Maravilha fez. Parece fantástico que em um filme se pode ver grandes atores compartindo seus diferentes estilos de atuação. Um dos melhores filmes de Luke Evans. Pessoalmente eu irei ver por causo dele, acho é um ator comprometido. Um filme diferente mais gostei muito a história que fala sobre super-heróis.

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