Não fale com estranhos, de Harlan Coben

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Você já deve ter ouvido falar que os livros de Harlan Coben são do tipo difíceis de largar, com histórias para devorar em velocidade acelerada até o final, com tramas bem costuradas e muitos plot twists. No caso de Não Fale com Estranhos, é bem isso mesmo.

A trama recorre ao suspense criado por uma esposa desaparecida e um mistério que ela deixa para trás. Numa noite de reunião de pais do time de lacrosse – esporte pouco conhecido aqui mas bem popular nos Estados Unidos -, um homem se aproxima do marido de Corinne e revela um segredo do passado, mudando a vida daquela família para sempre. A trama lida com assuntos comuns a todos, como o sentimento de vingança e de justiça, até que ponto nos comprometemos para defender nossos interesses pessoais e até que ponto achamos que conhecemos alguém para, muitas vezes, nos surpreendermos completamente com seus atos.


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“E se tudo que você acreditasse
sobre sua família fosse mentira?”

 

O final pode não agradar tanto, já que a história aponta para um lado mas termina de outra forma, porém achei uma escolha bem coerente do autor (com exceção de um diálogo explicativo que realmente não me pareceu muito crível). Harlan Coben é um dos nomes favoritos dos fãs de suspense, justamente porque resolve os problemas que cria na narrativa, algo que não acontece com muitos autores, que acabam deixando pontas soltas na história. Ele consegue prender a atenção com um texto coerente e agradável de ser lido, uma leitura de entretenimento que bem se diga, que levanta ao mesmo tempo questões sutis sobre a forma como nos relacionamos com o mundo e com os problemas comuns a muita gente, como desgastes no casamento, no trabalho e com os filhos. No meio dessa salada, ele tasca-lhe um mistério bem cabeludo pra ser resolvido.

 

 

Um dado surpreendente é que Harlan Coben já vendeu mais de 1 milhão de livros no Brasil, uma marca incrível e que prova o quanto os leitores brasileiros gostam de livros de mistério (mas disso a gente já sabe, né?). A série do Harlan é publicada por aqui pela Editora Arqueiro.

Título: Não fale com estranhos
Autor: Harlan Coben
Tradução: Marcelo Mendes
Editora: Arqueiro
Páginas: 304
Este livro no Skoob

SINOPSE – O estranho aparece do nada e, com poucas palavras, destrói o mundo de Adam Price. Sua identidade é desconhecida. Suas motivações são obscuras. Mas suas revelações são dolorosamente incontestáveis. Adam levava uma vida dos sonhos ao lado da esposa, Corinne, e dos dois filhos. Quando o estranho o aborda para contar um segredo estarrecedor sobre sua esposa, ele percebe a fragilidade do sonho que construiu: teria sido tudo uma grande mentira? Assombrado pela dúvida, Adam decide confrontar Corinne, e a imagem de perfeição que criou em torno dela começa a ruir. Ao investigar a história por conta própria, acaba se envolvendo num universo sombrio repleto de mentiras, chantagens e assassinatos. Intrigante e perturbador, Não Fale Com Estranhos é mais que um suspense de tirar o fôlego. É uma reflexão sobre o bem e o mal, o amor e o ódio, o certo e o errado, os segredos, as mentiras e suas consequências devastadoras.

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5 comentários em “Não fale com estranhos, de Harlan Coben”

  1. “O final pode não agradar tanto, já que a história aponta para um lado mas termina de outra forma (…)”. De fato, a impressão que se tem, ao final, é de que o livro traz dois “casos” que se relacionam apenas incidentalmente, mas não posso deixar de pensar que trata-se de um estratégia pensada do autor, que, como um prestidigitador, faz o leitor olhar pra um lado enquanto prepara a surpresa do outro lado. Achei que a revelação de um dos “casos” foi um pouco precipitada, e que, para isso, o autor recorreu a capítulos focados nos responsáveis, ao invés de manter o foco da narrativa no protagonista e colocar as explicações na boca de um policial ao final, o que não chega a ser algo condenável embora faça o leitor se indagar se os personagens chegaram a tomar conhecimento de todas aquelas ligações. Mas, no final das contas, é mais um ótimo livro do Coben, melhor e mais convincente do que o anterior que tinha lido dele (excetuados os da série do Myron Bolitar), “Seis Anos Depois”.

Comentários encerrados.

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