A biografia de Agatha Christie que todo mundo deveria ler

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Lançada pelo selo Best Seller, a biografia de Agatha Christie foi publicada pela primeira vez em 1984. Ela volta às livrarias agora com um prefácio extra, feito pela autora Janet Morgan, contando como foi o processo de escrita do livro.

Após a morte de Agatha, em 1976, a filha Rosalind achou prudente organizar uma versão oficial de sua vida, já que muitas histórias desencontradas eram publicadas na imprensa. Para tanto, a biógrafa teve acesso a documentos inéditos, fotos, anotações e cartas pessoais, além de ter conversado com a família sobre as particularidades de Christie.

Ela foi uma mulher notoriamente reservada, inteligente, misteriosa, criativa, bem humorada. Com quatro bilhões de livros vendidos, sua obra ainda é um sucesso. Prova disso são as adaptações que pipocam no cinema e TV, como Assassinato no Expresso do Oriente e Os Crimes ABC. Porém muitos aspectos da vida pessoal de Agatha permanecem um mistério irresistível. Neste livro, algumas perguntas são de fato respondidas (e outras ficam subentendidas).

 

Morgan descreve desde hábitos de Agatha, como anotar ideias em qualquer caderno que encontrasse e prestar atenção nos detalhes, até suas refeições favoritas. Há histórias sobre sua paixão pela fotografia e pelas expedições arqueológicas, e ainda detalhes sobre a origem de Miss Marple e Poirot (que ela não suportava).

 

Agatha teve uma vida plena de aventuras, viagens e emoções. Elas são cronologicamente recapituladas neste livro, muito mais do que na autobiografia da autora, que tem um viés emocional e mantém-se apegado às impressões pessoais dela.

Seu momento mais inesquecível, o desaparecimento em 1926, também é tratado no livro. O caso que ganhou manchete em vários jornais ingleses e movimentou milhares de voluntários e a polícia em sua busca. É também um dos assuntos que ela mal toca na autobiografia.

Porém Morgan refaz quase todos os passos da autora naquela tarde de 3 de dezembro. Do momento em que Agatha saiu de casa desnorteada, dirigindo um Morris Cowley verde após o marido lhe revelar que havia se apaixonado por outra mulher, até quando foi encontrada onze dias depois, descansando em um hotel na cidade de Harrogate. Ela alegou ter sofrido uma perda de memória.

Nunca se saberá de fato o que aconteceu, já que Agatha jamais se referiu publicamente ao assunto, mas não há como negar a fascinação das pessoas pelo acontecimento. Outra coisa que a autora também não fez foi perdoar a imprensa pela invasão de privacidade que sofreu.

 

 

Morgan também aborda o relacionamento quase telepático de Agatha com sua mãe, Clara, a vida com o arqueólogo Max Mallowan, seu segundo marido, as viagens o acompanhando nas expedições no Iraque e Egito. E há uma atenção especial para seu caso de amor com o teatro, onde ela se sentia empolgada e revigorada.

Livro muito interessante. Uma biografia sobre alguém que era grata pela oportunidade de viver, que viveu com graça e que encarava as dificuldades com inteligência, alguma resignação e bastante bom humor.

 

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