Georges Simenon nasceu em 13 de fevereiro de 1903 em Liège, na Bélgica, e morreu em Lausanne, aos 86 anos. Décimo sexto autor mais traduzido da história, ele escreveu mais de 450 romances e coleções de histórias impressas, foi publicado em 44 países, teve mais de 600 milhões de livros vendidos, 50 filmes e 123 episódios de TV baseados na sua obra.
Simenon era um bom observador das pessoas e dos detalhes. Era também seu melhor agente e advogado, um vendedor nato dos próprios livros, e dizem (ou ele dizia) um galanteador incorrigível. Entrou para o jornal da cidade aos 16 anos e, aos 19, já tinha se mudado para Paris buscando uma carreira como escritor. Escrevia cerca de 80 páginas por dia, e no intervalo de 10 anos publicou 200 livros sob vários pseudônimos (tudo isso antes de criar o famoso comissário Maigret).
John Simenon, filho do autor
Maigret surgiu em 1929, primeiro com Pietr, o Letão e depois em outros 74 romances e 28 contos. Seus romances policiais foram adaptados para o cinema e televisão, e são continuamente redescobertos por novas gerações. Reconhecido mundialmente, sua obra foi traduzida para 55 idiomas, mas vale ressaltar que na conta de Simenon também constam 136 romances psicológicos. Descubra 7 curiosidades sobre o mundo de Simenon.
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ele nasceu no dia 13 de fevereiro de 1903, uma sexta-feira, mas não era essa a data que aparecia na certidão de nascimento oficial. Como sua tia era uma mulher muito religiosa, ela alterou a data para o dia 12 para que o sobrinho não vivesse com a sina de ter nascido no dia do azar.
Metódico, Simenon guardava vários cadernos com rabiscos e ideias, fazia caminhadas e pensava muito sobre seus futuros personagens. Quando já sabia o que queria escrever, trancava-se no escritório e datilografava por horas a fio. Ninguém o importunava nesses momentos.
A casa onde morou nos últimos anos de vida, na Suíça, era simples para os padrões luxuosos que esbanjou por décadas. Depois dos anos de ostentação, ele confidenciou em uma entrevista de 1981 que queria voltar às origens modestas. “Eu era muito pobre. Em Paris, eu morava em um quarto no sótão cujo teto era tão baixo que à noite eu batia com a cabeça quando me levantava. Estou, portanto, muito feliz por estar de volta entre aqueles que vivem modestamente.”
Quando trabalhava no jornal Gazette de Liège, escreveu mais de 150 artigos sob o pseudônimo G. Sim. Ao todo, contabilizou 27 pseudônimos diferentes na carreira.
O francês André Gide era um bom amigo de Simenon. Prêmio Nobel de Literatura, Gide o considerava “talvez o maior e mais genuíno romancista da literatura francesa.”
Quando era pequeno pensou em ser padre (para alegria da mãe). Com o início da Primeira Guerra Mundial e a doença do pai, porém, o futuro do pequeno garoto tomou outros rumos.
Famoso por escrever livros com rapidez, recebeu certa vez o telefonema de Alfred Hitchcock. O cineasta foi informado pela secretária de Simenon que ele não poderia ser perturbado porque tinha acabado de começar um novo romance. Hitchcock respondeu: “Tudo bem, eu espero.”
Jornalista. Trabalha com curadoria de informação, gestão de mídias sociais e criação de conteúdo digital. Em 2014, lançou o e-book “Os Maiores Detetives do Mundo” (Chris Lauxx). Contato: analaux@gmail.com
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Existe uma lenda sobre simenon. Conta-se que certa feita ele fechou-se em uma gaiola, para atrair atenção sobre si. Ele dizia escrever um livro por noite. Então uma jornalista, curiosa, quis saber mais e o provocou. Era de manhã e ele a convidou para ir até sua casa a noite, mas antes pediu a ela sobre o que gostaria que ele escrevesse. Que desse uma ideia a ele de um livro. Quanto ela chegou na casa dele, à noite, ele já tinha escrito mais de cem páginas do livro.
Eu conheço essa história! Ao menos uma parecida, que li no livro "Georges Simenon:uma biografia", de Pierre Assouline. Dizia que em 1927, o editor do Paris-Soir teria proposto para ele se trancar por 3 dias e 3 noites em uma gaiola de vidro, em público, pra provar que conseguia escrever um romance inteiro. Ninguém sabe se realmente aconteceu, pois não existem provas mas houve testemunhas. Só que Simenon nunca confirmou nem desmentiu, esperto! Acabou alimentando a lenda...
Suiço radicado no Brasil.
Sou de Lausanne onde estudava e trabalhava numa loja frequentada por personalidades internacionais.
Era leitor assiduo das peripecias do comissaire Maigret, onde sempre tinham descriçoes dos traços e estilos do personagem.
Um dia entrou na loja um homem querendo comprar um aparelho de televisao. Enquanto fazia meus comentarios sobre os varios aparelhos fiquei discretamente observando o homem, vestindo um sobretudo bem diferente na epoca com tecido e corte forte. Estava usando sapatos , oculos e um especio de quepi de tecido assorti ao sobretudo. Perguntei se podia continuar fumando o caximbo, deixei ele bem a vontade. Fechamos o negocio e antes de preencher os documentos olhei para ele e disse:
O senhor nao leva mal, mas Voce conhece o Comissaire Maigret?
Sim, claro , como muita gente,continuou.Pois Voce e s propria descriçao dele, exclamei!
Fiquei envergonhado pois pensei que tinha chateado ele e fomos fazer a documentaçao da compra.
Pedi o nome: Georges Simenon!
Ambos ficamos dando risada da minha propria cara!
Fui instalar o aparelho casa dele que era bem somptuosa mas simple no interior. A governanta me atendeu e me disse que Simenon estava trancado no quarto para um longo tempo e ela so fazia as refeiçoes dele e passava numa abertura com portinha na parede.
Isto foi em torno de 1966 eu estava com 18 anos.
Que história maravilhosa!