Em Fuja Logo e Demore Para Voltar (Companhia das Letras, 2004), a escritora e arqueóloga Fred Vargas cria uma trama de assassinato enquanto desenterra uma das doenças mais temidas pela humanidade: a peste negra, epidemia que matou 75 milhões de pessoas desde o século XIV.
O romance policial – que ganhou o prêmio europeu Prix des Libraries de France – toma como base uma série de homicídios seguidos da anunciação da volta da peste negra em Paris. Um comerciante local fica intrigado após o pregoeiro do bairro receber trechos de relatos históricos sobre a doença extraídos de livros.
O ex-marinheiro Joss Le Guern, cuja função é ler anúncios depositados em uma urna (troca de aparelhos, venda de comida, recados desaforados entre vizinhos) em troca de algumas moedas, é a primeira ponte do assassino com a polícia e a imprensa. No decorrer dos dias, um número 4 invertido aparece pintado em várias portas da cidade, intrigando os parisienses.
As mortes não tardam a acontecer. Cadáveres enegrecidos aparecem nus em diferentes bairros, pessoas sem aparente relação entre si e sem ficha criminal. Para completar, são encontradas pulgas no apartamento dos mortos e seus corpos estão igualmente picados pelos parasitas. Resta saber se o roedor está infectado com a bactéria da doença, já que a peste negra é transmitida ao homem justamente pela pulga de ratos.
O herói do oitavo romance policial de Fred Vargas é o já conhecido delegado Jean-Baptiste Adamsberg, policial que estreia no romance O Homem dos Círculos Azuis, de 1992. Ele não costuma lembrar o nome das pessoas (faz anotações mentais sobre o que mais o chama atenção, mas não adianta muito), é mais intuitivo do que metódico e mais sensitivo do que propriamente regrado. Parece pescar as indiretas do caso após várias correlações, ás vezes por acaso, por algo que ouviu ou viu num relance em algum lugar, como se decifrasse a charada sem querer.
Livro indicado para quem gosta de suspenses intrigantes.
a) O livro foi originalmente publicado em 3 de janeiro de 2001, na França.
b) Fred Vargas é um pseudônimo. O nome verdadeiro dela é Frédérique Audoin-Rouzeau.
c) Em 1665, um surto de peste dizimou 70.000 pessoas em Londres. O episódio foi narrado por Daniel Defoe (criador de Robinson Crusoe) no livro “Um Diário do Ano da Peste”.
d) A história de “Fuja Logo ou Demora para Voltar” já foi parar nos cinemas. A produção francesa saiu em 2007, com direção de Régis Wargnier e José Garcia no papel do delegado Adamsberg. Veja um trecho aqui (em francês)
e) O pai de Fred Vargas, Philippe Audoin, era escritor e amigo de André Breton.
Título: Fuja logo e demore para voltar
Autora: Fred Vargas
Tradução: Dorothée de Bruchard
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 344
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SINOPSE – Um pregoeiro anuncia uma epidemia de peste negra em Paris – e cadáveres começam a aparecer. O delegado Jean-Batiste Adamsberg e seu assistente Danglard assumem a investigação desse caso de terror coletivo. Best-seller na França, o livro foi saudado pela imprensa francesa e teve direitos de publicação negociados com mais de vinte países.
Jornalista. Trabalha com curadoria de informação, gestão de mídias sociais e criação de conteúdo digital. Em 2014, lançou o e-book “Os Maiores Detetives do Mundo” (Chris Lauxx). Contato: analaux@gmail.com
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Ana, pois ainda existe "Le crieur de rue"...
« Roger, je t'aime. F2 à louer contre repassage. Rachid a les plus beaux yeux du quartier. Expo photos demain, rue de Ménilmontant. Perdu chat noir avec tache blanche, récompense. » Il déboule tous les vendredis et samedis dans les rues passantes du 20e et ébruite, à la pelle, les cancans du quartier. Olivier, crieur de rue, pour vous servir.
A la manière des crieurs publics d'époque qui officiaient sur la place du village, Olivier va récolter les messages des habitants du 20e pour les divulguer à qui veut l'entendre.
Une annonce ? Une déclaration ? Déposez vos messages dans les boîtes aux lettres situées dans les petits commerces du quartier.
Allez écouter le crieur du quartier des Amandiers (20e) le samedi entre 10h30 et 12h, le vendredi entre 18h30 et 20h.
Incrível!! Não associei a profissão aos dias atuais, ainda mais em uma cidade tão cosmopolita.