Não sei se acontece com vocês, mas hoje em dia tem tanta série recomendada por amigos, sites, Netflix, parente, papagaio e cachorro que eu me sinto em dívida com a indústria do entretenimento e com medo de nunca estar completamente por dentro de tudo o que está sendo produzido. É nessas horas em que a nossa capacidade de triagem entra em cena e criamos aquela listinha de maratonas a serem feitas e estabelecemos prioridades daquilo que tem as maiores chances de se encaixar no nosso estilo.
Com True Detective a história foi mais ou menos assim: depois de infinitas recomendações de “Meu! Essa tu tens que assistir”, incluí a série na minha listinha atrás de outras três que já estavam no ar há mais tempo. A diferença foi que dessa vez nem demorou tanto pra que eu entrasse de cabeça no mistério e nas intrigas que envolvem os detetives Rust Cohle (Matthew McConaughey) e Marty Hart (Woody Harrelson). Tive a sorte de um domingo preguiçoso em casa e de uma maratona da HBO que facilitaram bastante a minha vida e me levaram a entender a enxurrada de recomendações.
Se você ainda não assistiu e precisa de mais um empurrãozinho pra se jogar no universo de True Detective, listei seis motivos que podem te ajudar a tomar uma decisão.
Pra quem já está há um bom tempo nesse mundo de detetives, intriga, conspirações, assassinatos bizarros e investigações cheias de reviravoltas, pode até ficar um pouco cínico de que True Detective ainda possa surpreender. Mas acredite: ela não só consegue te deixar de queixo caído como ainda te envolve em todo o caminho que leva até a revelação final. Com protagonistas de virtudes questionáveis e uma relação problemática, o roteiro de Nic Pizzolatto ainda tem espaço para diálogos inteligentes e questionamentos pertinentes não só para a série, mas também para quem está assistindo. Além disso, a inclusão de elementos sobrenaturais conseguiu deixar a trama mais interessante sem parecer apelativa.
Antes mesmo de receber um Oscar pela atuação em Clube de Compras Dallas (2013), Matthew McConaughey já estava envolvido com o projeto de True Detective e ele próprio pediu para assumir o papel do introspectivo Rust Cohle (que estava destinado a Harrelson). Confesso que eu sempre duvidei da capacidade do ator de encarar um personagem tão denso como esse, mas McConaughey não lembra nem de longe o galã de comédias românticas do fim da década de 1990 e começo dos anos 2000. Arrisco-me até a dizer que superou o papel que lhe rendeu o maior prêmio de atuação da Academia. Não menos importante é a participação de Woody Harrelson, que, apesar de sempre ter sido um dos meus coadjuvantes preferidos, divide com maestria o protagonismo da série. Não é à toa que os dois atores disputaram ombro a ombro prêmios como Globo de Ouro, SAG Awards e Emmy. A química dos dois em cena é inegável e lembrar que eles já foram irmãos em EDtv (1999) só torna tudo ainda mais divertido.
Um dos motivos que fez True Detective furar a fila de espera das séries que eu precisava assistir foi o fato de que a primeira temporada tinha apenas oito episódios. Sério, se tem uma coisa que me desanima a fazer maratona é ver que uma série tem mais de 15 episódios por temporada. Mas oito é rapidinho, dá pra matar numa tarde. Outra vantagem das temporadas curtas e arcos fechados é que dá pra contratar atores aclamados de Hollywood, já que o comprometimento deles com o projeto é menor do que encenar a mesma série por anos a fio.
Ficou curioso, mas ainda não consegue separar oito horas pra ficar em dia com True Detective? Sem problemas! Como comentei no item anterior, ela é feita em esquema de minissérie e a história se fechou no último episódio. A segunda temporada será um caso completamente diferente, com novos atores e em outra cidade. Já dá pra acompanhar a conversa dos amigos sobre a série.
Ok, dá pra entender a história da segunda, mas eu só consigo recomendar aquilo que eu assisti e posso garantir: a primeira temporada de True Detective merece ser assistida não apenas por tudo o que eu já falei até aqui, mas porque é enorme o número de pessoas e críticos que concordam comigo. Alguns chegaram a afirmar que a série é uma das melhores já produzidas para a TV. Além disso, a nota no IMDb é de 9,3 com avaliação de mais de 200 mil pessoas. Ou seja, imperdível! Sem contar que, mesmo sem ligação entre as histórias da primeira e segunda temporada, é bem possível que rolem umas referências nos próximos episódios.
Caso eu ainda não tenha conseguido te convencer, saiba que a partir do dia 21 de junho boa parte das conversas dos aficionados por séries será sobre True Detective, assim como aconteceu no ano passado. Sem contar que diversos blogs e sites também vão dedicar espaço à trama desta vez protagonizada por Colin Farrell, Vince Vaughn e Rachel McAdams. E sim, você vai querer fazer parte disso. Meu último golpe é o trailer que a HBO liberou para a próxima temporada. Espero que depois de tudo isso eu tenha conseguido, pelo menos, te deixar bem curioso pelo que vem aí.
(Imagens: Lacey Terrell – © 2015 – HBO, hallels.com, James Bridges/HBO, divulgação)
Jornalista em Blumenau, desde os 15 anos se aventura pela blogosfera. Cinéfila desde a sua primeira VHS da Disney, escreve sobre o tema há nove anos. Descobriu a paixão pela literatura com romances policiais, mas hoje lê um pouco de tudo – principalmente tudo aquilo que vai parar nas telonas.
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