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Sophie Hannah e Leonardo Padura falam sobre literatura policial na Flip

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DE FRENTE PARA O CRIME – Leonardo Padura e Sophie Hannah participaram neste domingo, 5, de uma mesa sobre literatura policial na Festa Literária Internacional de Paraty. No encontro, que teve mediação do jornalista João Gabriel de Lima, os escritores falaram sobre como enxergam o gênero literário, comentaram sobre personagens e leram trechos de seus livros publicados no Brasil.

O encontro foi transmitido ao vivo pelo site oficial da Flip, na mesa chamada “De Frente para o Crime”. Leia trechos da conversa.

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SOPHIE HANNAH

“Amo Sherlock Holmes, Poirot, esses detetives da Era de Ouro. São todos muito brilhantes.”

“Realismo é importante até certo ponto, mas eu estava absolutamente determinada em reviver os detetives brilhantes.”

“Minha maior influência é Agatha Christie… ela criou os plot twists mais surpreendentes e estratégicos.”

“Sempre sei quem são os assassinos dos meus livros antes de começar a escrevê-los. Herdei isso de Agatha Christie.”

“Como tive a ideia para o livro? Sem spoilers… foi após alguém em minha vida me tratar muito mal. Eu estava em um estado miserável, e achei que algo horrível foi feito para mim. Estava preocupada em lidar com esse comportamento e como ele me afetou. O que essa pessoa fez foi mesmo uma coisa horrível ou apenas eu senti assim? É sensível falar sobre isso? Estava tentando me animar sobre o assunto, pensando que possivelmente não foi tão mal, que coisas piores acontecem… Enquanto pensava sobre isso, a ideia apareceu na minha mente. Qual seria a pior coisa que uma pessoa poderia fazer a outra, psicologicamente falando?” (sobre o livro “A Vítima Perfeita”)

“Não gosto de romances com muita violência e sangue, quase não há isso em meus livros. Crimes psicológicos causam um dano real.”

“Alguém escreve um livro em que o serial killer decepa o braço de alguém e a coisa vai piorando… Vou pelo psicológico, vou criar esse vilão que consegue ser pior que os serial killers.”

“Nunca senti como se estivesse ressuscitando Poirot, pois sei que Agatha matou o personagem no último livro da série.”

“Meu agente sugeriu para a Harper Collins que eu escrevesse um novo livro de Poirot. Fiquei tão envergonhada, euzinha e Agatha Christie! O que a editora disse? ‘Sem chance, a família definitivamente não vai querer outro livro de Poirot’. Dias depois, meu agente me telefonou e disse que a família queria me conhecer. Decidimos que era a hora certa para fazer uma continuação.

“Poirot é, na minha opinião, o melhor detetive da ficção já criado.”

“Minha relação com os Christies é ótima! Só não consigo aceitar que a linda casa da Agatha Christie (a famosa casa de campo de Greenway) não me pertença… rs”

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LEONARDO PADURA

“Minha literatura tem fundamentalmente um caráter social.”

“Meus romances policiais são um pretexto para criar uma história. Em geral, começo a escrever um livro com uma situação na vida de Mario Conde, que pode ser mais ou menos crítica… A própria trama policial tem um sentido mais utilitário que o resto da novela. E a partir desse momento começa o processo criativo, porque eu escrevo e reescrevo a história, demoro dois anos escrevendo um romance de 250 páginas, porque quero que tudo funcione com a maior integridade estética e literária possível. A trama policial vai se arredondando e se aperfeiçoando e acaba se convertendo em um romance em que todas as partes se integram.”

“Acho que uma das funções da literatura, sobretudo em um país como Cuba, é criar no presente a memória do futuro.”

“Quando terminei de escrever O Homem Que Amava Os Cachorros, estava convencido que não seria publicado em Cuba.”

“Não se deve confundir um romance com um livro de história ou uma biografia. Não sou um cientista social. Um romance é uma obra de arte, e uma de suas funções é emocionar.”

(Imagens: divulgação)

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