Por Leila Gonçalves – Li “Jogo Perigoso” em 1992, logo quando ele foi lançado, e mais de duas décadas depois continua sendo o livro mais angustiante que conheço. Apesar de não ser muito comentado, está na minha lista dos cinco melhores de Stephen King.
Envolvendo necrofilia, abuso de menor além da prática da Bondage, sua narrativa exige um leitor com nervos de aço e disposto a encarar temas difíceis sem maiores preconceitos. Caso contrário, é melhor procurar outra opção de leitura.
A história começa numa cabana isolada a oeste do Maine, onde Jessie Burlingame e seu marido Gerald, um advogado de sucesso, pretendem passar um romântico final de semana. Disposto a apimentar a relação, ele consegue algemar a esposa na cama, mas como ela não está disposta a cooperar, ao tentar rechaçá-lo, o inesperado acontece: Gerald sofre um ataque cardíaco fulminante e Jessie fica sozinha, aprisionada e com pouquíssimas esperanças de ser resgatada com vida.
“O maior de nossos medos pode não estar escondido dentro de um hotel assombrado, num cemitério indígena ou na figura de um estranho palhaço, mas no nosso próprio passado.”
Desesperada, ela não demora a receber a visita de um cão vadio que, esfomeado, passa a alimentar-se do corpo de Gerald. Porém, seus problemas não param por aí. Uma combinação de pânico, sede e fome faz com que ela passe a ter alucinações. Além da visão aterradora de uma criatura deformada que acredita ser o fantasma de seu pai, ela ouve vozes que trazem à tona seu casamento infeliz e uma traumática experiência vivida há muitos anos. Entretanto, esse não é o desfecho da trama. King ainda reserva uma revelação inesperada para o último capítulo que lançará um novo olhar para a narrativa.
Jogo Perigoso também apresenta um detalhe curioso. Nele, o escritor usa uma técnica literária chamada “crossover”, isto é, a interação de personagens de outros livros numa nova narrativa. Nesse caso, trata-se de “Eclipse Total” e comenta-se que ambas as histórias faziam parte de um único projeto que acabou sendo desmembrado. Divirta-se!
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Título: Jogo Perigoso
Autor: Stephen King
Páginas: 176
Editora: Suma de Letras
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SINOPSE – Solidão, dificuldade de se comunicar e de se locomover, os traumas da infância, o medo, as maiores angústias de uma mulher. Estes são os ingredientes utilizados por Stephen King neste romance. Jessie chega com o marido para um fim de semana de muito sexo na casa de campo do casal, num recanto do Maine. O que seria um jogo de sexo se transforma em prelúdio para uma noite de horror. Tudo muda naquele jogo e Jessie começa a viver os momentos mais terríveis de sua vida. Ao acompanhar sua agonia, o leitor vê-se enredado em mais uma narrativa eletrizante de King. Um romance para ser devorado com paixão e avidez.
Doente por livros, vem sendo tratada sem resultado há mais de cinquenta anos pelo alienista Simão Bacamarte. Aposentada e com tempo de sobra, parece haver pouca esperança em sua recuperação. Sem formação acadêmica na área e nenhuma foto de identificação, pode ser facilmente encontrada entre os detetives e vilões da ficção policial, em geral, com um e-book na mão.
Atiçou minha curiosidade!! Não aguentei e li o spoiler kkkk
rsrs… Tb sou do time das curiosas 😀
Não se preocupe. Essa história é tão surpreendente que, mesmo lendo o spoiler, é impossível descobrir seu final. Grata pela leitura.
MIGA DÁ A MÃO o/
Esse é um dos meus livros favoritos do King. Acho que fica fácil, fácil num top 3, mas é difícil achar alguém que também goste da história. A cena do copo d’água é muito genial. E tensa. E angustiante. Esse livro todo é, na verdade.
Ainda não li Eclipse Total, mas já li sobre essa ligação mesmo.
Também acho esse livro sensacional. King não explora o sobrenatural, tudo que é relatado, poderia ter acontecido.