Por Ana Paula Laux – Em “Um Crime na Holanda”, o comissário Maigret viaja até o país das tulipas para descobrir o assassino de Conrad Popinga, instrutor de uma Escola Naval que foi misteriosamente morto próximo de casa após uma festa. O principal suspeito do crime é o francês Jean Duclos, um professor de criminologia que faz uma turnê de palestras na pequena cidade de Delfzijl, e que se vê envolvido por estar segurando a arma do crime minutos após o homicídio. Como o professor tem nacionalidade francesa, a Polícia Judiciária da França decide enviar um representante para acompanhar as investigações junto às autoridades holandesas. E esse representante, é claro, é o nosso comissário Maigret.
O crime acontece em uma daquelas “cidades-modelo” da Holanda, onde tudo é florido e perfeitinho tal qual uma casinha de boneca, e onde ocorrências policiais são um caso raro: “Uma cidade minúscula: no máximo, dez ou quinze ruas, pavimentadas com bonitos tijolos vermelhos, alinhados com a mesma precisão dos ladrilhos de uma cozinha. Casas baixas, de tijolinhos também, com entalhes de madeira em cores claras e alegres”. A cidade é provinciana, e seus habitantes preferem acreditar que o crime foi cometido por alguém de fora do que do próprio meio.
Maigret sofre para se comunicar, já que não fala holandês e nem inglês (aliás, devo dizer que holandês é uma das línguas mais difíceis que eu já ouvi na vida, só não ganha do finlandês). Como sempre, ele é bem econômico em suas conclusões, mais observa do que interroga e supõe coisas prestando atenção nas peculiaridades de uma cena ou de um olhar. Acaba descobrindo que o morto não era flor que se cheire, e que havia algumas pessoas interessadas na morte dele. A polícia local também não ajuda muito, e Maigret praticamente conduz toda a investigação desde os interrogatórios às conclusões finais (algumas vezes, na base da mímica mesmo), e no fim descobre quem matou o Senhor Popinga.
O livro tem 138 páginas, uma leitura rápida e divertida como a maioria dos romances policiais de Simenon. Foi publicado em julho de 1931 mas poderia ter sido escrito nos dias de hoje, pois aborda mais o comportamento humano do que características da época. Aprendi uma coisa curiosa aqui também: o prato nacional da Holanda é o “hutspot”, uma carne cozida e cortada aos cubos com purê de legumes. Esses romances policiais sempre me deixam com uma fome…
Autor: Georges Simenon
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 138
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Sinopse: Quando um professor francês em visita a um pacato vilarejo da Holanda se vê acusado de assassinato, o comissário Maigret é enviado para investigar o caso. A comunidade parece satisfeita em acusar um estrangeiro desconhecido, mas há pessoas do lugarejo que sabem muito mais do que aparentam: Beetje, a filha insatisfeita de um fazendeiro da região, Any van Elst, cunhada do falecido, e um notório vigarista local. Nesta sétima jornada de Maigret — Simenon escreveu 75 livros com o personagem —, o carismático investigador francês aprende a duvidar de suas certezas.
Jornalista. Trabalha com curadoria de informação, gestão de mídias sociais e criação de conteúdo digital. Em 2014, lançou o e-book “Os Maiores Detetives do Mundo” (Chris Lauxx). Contato: analaux@gmail.com
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