Por Raquel de Mattos – Na Grécia Antiga, os atletas eram considerados heróis e os que não cumprissem as regras eram açoitados em praça pública, o que era uma grande desonra pois tal fato era destinado somente aos escravos. Já nos dias atuais a coisa é um pouco diferente (tanto as infrações quanto as penalidades…).
Já ouvimos falar bastante nos últimos tempos sobre OJ Simpson (cuja história virou livro – American Crime Story), Mike Tyson e seu tempo na prisão por ter estuprado a modelo Desiree Washington, o ex-goleiro Bruno que foi condenado por ter assassinado a namorada Elisa Samúdio, o ex-jogador Edmundo “Animal” que foi condenado em um acidente de trânsito com morte, e recentemente o atleta paraolímpico Oscar Pistorius que foi condenado a 3 anos de prisão por também ter assassinado a namorada em sua casa. Entretanto, vários outros casos aconteceram ao longo desse último século e pouca notícia tivemos sobre eles. Por isso, selecionamos neste post alguns atletas que já tiveram problemas com a lei em sua trajetória de vida. Confira!
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Nosso primeiro atleta foi o jogador de beisebol Carl Mays, arremessador do New York Yankers. Sua fama o precedia – ao invés de tentar jogar para que o rebatedor não acertasse a bola, ele mirava em suas cabeças! E é claro que isso não iria acabar bem… Na tarde daquela segunda-feira, 16 de agosto de 1920, no mesmo dia em que o mundo recebia o nascimento de Charles Bukowski, Mays mirou e acertou a cabeça de Ray Chapman, que jogava pelo Cleveland Indians. O rapaz saiu em coma diretamente para o hospital, foi operado, mas no dia seguinte estava morto. Entendam, ele não tinha a intenção de matar, somente queria distrair os jogadores para que eles não acertassem a bola. Naquele dia, Mays lançou uma bola rápida e alta, que se tornou fatal. Houve muita comoção ao redor do assunto. Capas de jornais estampando em suas manchetes a morte de Chapman, livros que foram escritos posteriormente e em 2012 foi lançada a graphic novel “Hit By Pitch: Ray Chapman, Carl Mays and the Fatal Fastball”, de Molly Lawless, que escreveu e ilustrou.
Como nota (mais) triste, Chapman havia se casado há pouco tempo e já ia encerrar sua carreira como jogador para se dedicar à família. Outro detalhe da Major League Baseball, é que Chapman foi o único jogador a morrer em campo em decorrência do jogo. Bom, mas como eu disse, não foi considerado assassinato e sim um acidente, mas de qualquer forma, fica o registro…
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Avançando no tempo e mudando de esporte, nosso próximo atleta não teve nada de acidental na sua história. Trata-se de Leslie Hylton, jogador jamaicano de críquete. Em 1955, ele foi executado com a forca pela pena de ter matado sua esposa, Lurlene, por causa de adultério. Lurlene era filha do Inspetor de Polícia da Jamaica. Estavam casados desde 1942, após muita disputa de classes sociais onde os Hyltons saíam em desvantagem. Hylton teve uma carreira de bastante sucesso pelo seu país, mas foi a sua morte que marcou sua história. Após descobrir a traição da esposa e esta lhe dizer que estava apaixonada por outro homem que ela havia conhecido nos Estados Unidos, Leslie Hylton disparou sete tiros contra ela. Durante seu julgamento, Hylton disse várias vezes que tentou se matar logo após ter tirado a vida de sua esposa, mas a arma falhou. Em seu julgamento, o advogado e amigo seu de equipe, o ex-capitão Noel Crab Nethersole, intercedeu em seu favor, lendo trechos de uma carta da esposa de Leslie ao seu amante, mas nada disso adiantou. Em 17 de maio de 1955, ele foi executado. Hylton é até hoje o único atleta do críquete a ter sido executado.
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Particularmente, considero perigoso uma mulher ser casada com um boxeador ou lutador de qualquer categoria. Não quero aqui dizer que todos são violentos e que machuquem suas companheiras, mas caso isso aconteça elas vão levar uma desvantagem física brutal, o que já é uma covardia em si (agressão) ainda mais por quem sabe bater e tem muita força para isso. Quanto ao nosso próximo atleta, ele atendia pelo nome de Carlos Monzón, um boxeador legendário da Argentina, país que parava para assisti-lo quando estava no ringue. Em seu histórico de violência fora do boxe, temos diversas denúncias de agressões a ex-esposas e namoradas (em 1973, ele chegou a atirar na perna de uma delas), agressões a paparazzi e por aí vai. Mas foi por causa do assassinato, em 1988, da modelo Alicia Muñiz, com quem morava e tinha um filho, é que foi condenado. Não satisfeito em espancar e esganar a moça quando passavam férias em Mar del Plata, ainda a atirou pela sacada do quarto (!) e se atirou em seguida. Alicia faleceu no local e ele somente quebrou o ombro. Foi condenado no ano seguinte a 11 anos de prisão e em 1995 teve direito a um indulto para visitar a família e no retorno à prisão, bateu seu carro e morreu, tendo cumprido metade da pena.
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O jogador da NBA foi acusado de assassinato em 2002, quando disparou uma arma contra seu motorista Costas Christofi. Lógico que foi alegado acidente, dizendo que estava brincando com sua arma e ela disparou, mas mesmo assim ele foi considerado culpado a cumprir 5 anos de prisão. Será que as pessoas nunca vão aprender que armas não são brinquedos e que outros podem se ferir e até morrer? Tenha dó!
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Ele era o protótipo de atleta – capitão da seleção francesa de rúgbi, forte, bonito, charmoso e… violento. Marc Cécillon, após levar vários títulos, manchou sua biografia com sangue. Em 2004, já aposentado, foi com sua esposa à uma festa; lá, após muita bebida e brigas, foi embora e Chantal, sua esposa, não quis acompanhá-lo naquele estado. Ele ficou muito furioso e foi embora sozinho. Retornou à festa munido de uma pistola, tendo agredido antes diversos convidados e a dona da casa e, por fim, disparou cinco vezes contra Chantal na frente de cerca de 60 testemunhas. Alguns artigos dizem que Marc teve que ser contido por 12 homens e quando a polícia chegou ele estava amarrado à uma cadeira com um fio elétrico. Em 2004 ele foi condenado a 20 anos de prisão. Sua sentença foi 5 anos maior do que aquela pedida pela acusação.
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Um caso brasileiro que teve pouco destaque na mídia nacional foi o caso do zagueiro de futebol Breno, que na época jogava pelo Bayern de Munique. Breno ateou fogo a sua própria casa na Alemanha. Várias hipóteses foram levantadas durante o julgamento, como o uso conjunto de remédios e bebidas e depressão por não estar jogando, além da clássica versão do dinheiro do seguro (quando o atleta está sem jogar na Alemanha, ele para de receber seu salário e recebe algo como um seguro desemprego, com valor inferior ao do contrato). O incêndio aconteceu em setembro de 2011 e, em julho de 2012, ele foi condenado a 3 anos e 9 meses de prisão. No incêndio, todos os documentos da família – inclusive os passaportes – foram queimados. Por sorte a família estava fora e ninguém ficou ferido… mas poderia.
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O último atleta da lista é o astro da NFL Aaron Hernandez. Ele foi condenado à prisão perpétua sem direito à condicional, pelo assassinato de seu amigo Odin Lloyd, em junho de 2013. Aaron ainda teve que responder – depois de estar preso pelo homicídio que ele cometeu – por ter intimidado uma testemunha de um duplo assassinato em 2012 (!!). Não satisfeito, ele apareceu nessa sessão com uma tatuagem no pescoço, o que é crime durante o período prisional no estado de Massachusetts e ele pode ser penalizado perdendo o direito a assistir TV e ouvir rádio. É uma atrás da outra!
(Imagens: Baseball Eras Blog, SBN Nation, Boxingnewsonline, AP Photo/Julio Cortez)
Carioca aquariana da gema, museóloga em Barretos (SP). Fã de Agatha Christie, descobriu diversos autores fantásticos ao longo da estrada da literatura policial. Ama café, livros e chocolate e é fácil de ser agradada!
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A fama pode gerar sonhos de impunidade. Patabens
É verdade, Ivan. Muita gente pensa que ser famoso é um passaporte para a impunidade. Obrigada.