Por Ana Paula Laux – Quem nunca ouviu falar em Freddy Krueger, o mítico assassino que invade os sonhos de adolescentes para matá-los violentamente com garras afiadíssimas? Mesmo quem nasceu depois de 1984, ano do lançamento do filme “A Hora do Pesadelo” nos Estados Unidos, sabe que Krueger é um dos maiores vilões que o cinema já apareceu.
Em “A Hora do Pesadelo, Never sleep again”, de Thommy Hutson, toda a história do longa-metragem de Wes Craven é abordada com detalhes. Lançado pela Darkside Books, o livro tem 480 páginas e faz parte da espirituosa Coleção Dissecando. Vem com entrevistas com o elenco, diretor, produtor, além de capítulos inteiramente dedicados aos efeitos especiais, maquiagem, psicologia do vilão e uma viagem ao começo de tudo, quando Freddy era apenas um pesadelo de Wes Craven.
O filme pertence a uma era pré-digital e mais experimental, quando usar efeitos especiais no cinema era literalmente uma luta. Por isso é divertido descobrir como foi criada a icônica máscara de Freddy, por exemplo, ou qual substância foi usada para simular o sangue ou ainda quantos animais nojentos “participaram” das filmagens, como centopeias e vermes.
Para além das curiosidades, acompanhar o processo de criação de Wes Craven é interessante pois ele foi um dos diretores mais respeitados do cinema de terror (e mais elogiado também pela postura e gentileza). Entre seus trabalhos mais conhecidos estão, além de A Hora do Pesadelo, os filmes da série Pânico. Craven morreu em 2015, deixando para trás um legado que viverá por muito tempo entre os fãs.
Ao contrário do que se imagina, o vilão de Craven não foi criado para provocar sustos gratuitos, como Jason perseguindo jovens transbordando hormônios em “Sexta Feira 13”. Krueger podia aparecer para qualquer pessoa já que invadia sonhos e os transformava em pesadelos verdadeiros e dolorosos para quem escolhia perseguir. Ele cruzava a fronteira dos mundos, como se o mal pudesse sobreviver (e se fortalecer) cada vez mais forte entre nós em outras esferas. Freddy marcou toda uma geração, com suas luvas arranhando canos de fumaça e aparições pontuais nos sonhos dos adolescentes de classe média norte-americana.
Outro aspecto foi o protagonismo de uma mulher na história, a estudante Nancy (feita por Heather Langenkamp). Forte, ela enfrenta seus medos e, ao contrário das mocinhas usuais de filmes de terror, não tropeça em qualquer galho ao fugir desesperadamente do bandido, que a persegue com um machadão ou uma serra elétrica. No livro, a atriz expõe como foi conviver com o elenco (foi o primeiro papel de Johnny Deep no cinema, e ninguém imaginava que ele fosse virar uma estrela), as ideias que trocou com Craven sobre o papel e como se surpreendeu com o sucesso do filme. Para que este livro se tornasse realidade, ela também participou da campanha de financiamento coletivo da primeira edição nos Estados Unidos.
“A Hora do Pesadelo – Never Sleep Again” também cita as produções de terror na década de 1980, as dificuldades para criar efeitos especiais sem a tecnologia necessária, impressões do elenco, brincadeiras nas filmagens, o que Robert Englund, intérprete de Freddy, achava do vilão e como se surpreendeu com a recepção do público. Um livro para quem é fã não apenas do filme, mas também do gênero de terror. Boa leitura e bons sonhos…
Autor: Thommy Hutson
Tradução: Carlos Primati
Editora: Darkside Books
Páginas: 480
Este livro no Skoob
SINOPSE –
Jornalista. Trabalha com curadoria de informação, gestão de mídias sociais e criação de conteúdo digital. Em 2014, lançou o e-book “Os Maiores Detetives do Mundo” (Chris Lauxx). Contato: analaux@gmail.com
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