Que a Escandinávia tem tradição em revelar bons nomes da ficção policial, já sabemos. De lá, saíram autores como Stieg Larsson, Camilla Lackberg e Jo Nesbo. Agora, há mais um nome chamando a atenção.
A sueca Malin Persson Giolito escreveu Areia Movediça, livro bem recebido pela crítica e que foi adaptado para uma série na Netflix, ampliando o interesse por sua biografia. Formada em Direito e natural de Estocolmo, Malin é filha de Leif G. W. Persson, criminologista e também um escritor bastante conhecido na Suécia.
O livro trata de um tema recorrente nos noticiários, o tiroteio em uma escola, mas vai muito além disso. A jovem Maja Norberj é acusada dos crimes, que acontece em um colégio de luxo em Estocolmo. A trama é contada sob o ponto de vista de Maja, e se desenrola até o julgamento dela. A opinião pública a vê como uma assassina durante os nove meses em que fica presa.
A autora aborda assuntos como o relacionamento na adolescência, imigração, caminhos da justiça, tensões raciais e conflito de classes. Temas como a imigração também são recorrentes nos romances policiais de Henning Mankell, grande autor sueco que morreu em 2015.
Areia Movediça é o livro mais bem sucedido de Malin, mas não é o primeiro. Ela estreou em 2008 com “Dubbla Slag”, mas foi com Areia Movediça que recebeu os prêmios de Melhor Romance Policial Sueco em 2016, o Glass Key Award em 2017 e o Prix du Polar Européen em 2018. Sem contar o fato do livro ter sido traduzido em 29 países, no Brasil pela Editora Intrínseca.
Antes de apostar todas as fichas na carreira literária, Malin foi funcionária de um grande escritório sueco de advocacia e também trabalhou na Comissão Europeia na Bélgica. Com o sucesso atual, ela tem se dedicado exclusivamente aos livros desde 2015. Faz bem.
Veja o trailer da série
SOBRE O LIVRO
Título: Areia Movediça
Autora: Malin Persson Giolito
Tradução: Alexandre Raposo
Páginas: 352
Editora: Intrínseca
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SINOPSE – Toda história tem mais de um lado. Em qual deles você vai acreditar? A vida de Maja Norberg parecia incrível: ela era jovem, bonita, inteligente e popular. Nada iria dar errado. Até que houve o tiroteio na escola: seu namorado e sua melhor amiga estão mortos e ela é a única acusada dos crimes. Maja não consegue refazer mentalmente os caminhos que a colocaram nessa situação, mas uma coisa é certa: ela é a adolescente mais odiada da Suécia. Após nove meses na prisão, é hora do julgamento. Os advogados estão usando todos os recursos possíveis para provar sua inocência, mas a promotoria, a mídia e os olhares de todos à sua volta nitidamente desejam o oposto. Narrado do ponto de vista de Maja, que trata o leitor como um confidente, Areia movediça entrelaça as memórias da garota a um cenário de tensão racial e econômica que, aos poucos, ajuda a revelar as peças de um surpreendente quebra-cabeças. Panorama perspicaz de uma juventude desmoronando, o livro toca em temas como imigração, conflito de classes e o isolamento adolescente, embalados por uma ótima narrativa de crime e tribunal.
(Imagem: Divulgação)
Jornalista. Trabalha com curadoria de informação, gestão de mídias sociais e criação de conteúdo digital. Em 2014, lançou o e-book “Os Maiores Detetives do Mundo” (Chris Lauxx). Contato: [email protected]