Escrito por Walter Tevis, O Homem que Caiu na Terra é uma ficção científica publicada em 1963, com o título original de The Man Who Fell to Earth. A história é sobre um extraterrestre que chega incógnito no planeta Terra na década de 1980 em busca de um lugar para trazer o povo remanescente de seu planeta, um lugar chamado Anthea, que sucumbiu às guerras e teve praticamente todos os recursos naturais extintos.
O alienígena, que adota o nome de Thomas Jerome Newton, é escolhido para concluir a missão por ter uma ótima condição física após se preparar por 10 anos para enfrentar as adversidades da Terra, como o clima quente e a gravidade ameaçadora ao seu corpo frágil. Fisicamente, Newton é uma espécie de humanoide que precisa disfarçar partes do corpo para se passar por humano, como os olhos e as unhas. Ele até consegue enganar as pessoas, embora sua aparência esquisitona chame a atenção.
Os antheanos são muito mais evoluídos que os seres humanos. Com essa inteligência, Newton pretende construir uma nave espacial para resgatar seu povo. Para conseguir construir a nave, ele acumula uma grande fortuna patenteando uma série de invenções revolucionárias na Terra, como fórmulas e procedimentos desconhecidos pelos cientistas terráqueos. Em pouco tempo, a operação nave entra em ação. Porém Newton enfrenta imprevistos pelo caminho. Seu primeiro alerta acontece quando se vicia em álcool e entra numa crise existencial. Isso o leva a descobrir que o ser humano é mais complexo do que imaginava.
O Homem que Caiu na Terra não é um livro alegórico de ficção científica. Não tem “aliens invadindo o mundo”, “terráqueos lutando para sobreviver”, “batalhas no espaço sideral” e etc e tal. O que o difere é o tom que adota, por vezes filosófico e reflexivo. É uma história sobre a solidão e a fragilidade das pessoas, sobre a desorientação das pessoas na vida, sobre a mesma fragilidade diante dos vícios que criamos para nós mesmos e como falhamos ao lidar com o nosso vazio existencial.
Como o livro foi escrito na década de 1960, a crítica associou o tom da história a um sentimento de conflito permanente, algo latente na época por causa da própria Guerra Fria, que começa no final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, e termina com a queda do Muro de Berlim, em 1989. Fala-se muito sobre guerras nucleares, o homem destruindo o planeta, a escassez de recursos naturais como a água… temas que, na verdade, ainda nos preocupam hoje.
Há quem diga também que o livro foi uma espécie de autobiografia velada de Walter Tevis, que foi professor de literatura e passou por problemas com alcoolismo. De qualquer forma, ele inspira uma boa reflexão sobre o ser humano. O livro é considerado um clássico do gênero, tanto que já foi adaptado para o cinema também. Em 1976, um David Bowie marcado pelo visual andrógino de Ziggy Stardust caiu como uma luva no papel do exótico Thomas Newton.
A edição do livro é da Darkside Books, é bem bonita e vem com um marcador lindo do David Bowie. Leitura recomendada!
Título: O homem que caiu na Terra (2016)
Autor: Walter Tevis
Editora: Darkside Books
Páginas: 224
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SINOPSE – O Homem que Caiu na Terra tornou-se um verdadeiro clássico da literatura e uma das mais refinadas, sutis e delicadas ficções científicas já escritas. Publicado originalmente em 1963, ganhou reconhecimento em todo o planeta com a adaptação para o cinema dirigida por Nicolas Roeg em 1976. O filme também marcou a estreia de David Bowie no cinema encarnando o protagonista alienígena — para quem o papel parece ter sido especialmente pensado (o que não foi o caso): um ser andrógino, impúbere, alto para os padrões terráqueos, delicado, magro, polido e que tenta se adaptar à vida terrestre para sobreviver entre os humanos. Thomas Jerome Newton veio de Anthea para a Terra em uma missão desesperada para salvar os poucos habitantes que ficaram em seu longínquo e desconhecido planeta. Para isso, precisa construir aqui uma nave que possa trazer os trezentos de sua espécie que ainda vivem lá, onde a água acabou e os recursos são cada vez mais escassos. Com conhecimento e inteligência muito superior aos humanos, Newton logo se torna um empresário bem-sucedido do ramo de patentes tecnológicas e descobre também a solidão, o desespero e o álcool — criando uma delicada parábola sobre as mudanças que estavam ocorrendo entre os anos 1950, com o início da Guerra Fria. Walter Tevis (1928–1984) nasceu em São Francisco, Califórnia. Foi professor de literatura na Universidade de Ohio e autor de romances e contos traduzidos em pelo menos 18 idiomas. Três dos seis romances que escreveu foram adaptados para o cinema: The Hustler (1959), The Color of Money (1984) e O Homem que Caiu na Terra (1963). Este, dirigido por Nicolas Roeg em 1976, marca a estreia de David Bowie como ator. O filme logo se tornou um clássico e influenciou a cultura pop como poucas outras obras de ficção científica.
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Jornalista. Trabalha com curadoria de informação, gestão de mídias sociais e criação de conteúdo digital. Em 2014, lançou o e-book “Os Maiores Detetives do Mundo” (Chris Lauxx). Contato: analaux@gmail.com
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