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Em um bosque muito escuro, de Ruth Ware

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O romance de estreia da britânica Ruth Ware é marcado por uma trama tensa aliada a um enigma no estilo whodunnit (“quem fez?”). A premissa é descobrir como a protagonista, uma autora de romances policiais, vai parar em uma cama de hospital 48 horas após participar de uma despedida de solteiro. Ela não lembra de nada, mas tem a aterradora certeza de que alguém foi assassinado.

A protagonista é Leonora, convidada para a despedida de solteiro de Clare, amiga que perdeu contato há 10 anos. Apesar de ser anti-social, Leonora aceita o convite pela curiosidade e por carregar um sentimento de obrigação para com a velha amiga, já que jamais a procurou depois de deixar a escola.

A despedida de solteiro vira um encontro de final de semana em uma casa na região de Northumberland, no norte da Inglaterra. Os convidados são quase todos desconhecidos de Nora – com exceção de Nina, outra amiga de escola -, e acabam não se dando muito bem em grupo. Para ampliar o cenário sombrio, a casa é feita com paredes de vidro e rodeada por árvores em um bosque fechado. A impressão é de que as pessoas lá dentro estão sendo observadas por alguém na floresta.

 

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“Em um bosque muito escuro havia uma casa muito escura;
E na casa muito escura havia um quarto muito escuro;
E no quarto muito escuro havia um armário muito escuro;
E no armário muito escuro havia um… esqueleto”

 

A amnésia temporária de Leonora é o gancho para se descobrir, aos poucos, o que realmente aconteceu na casa envidraçada e como ela foi parar no hospital toda machucada, cheia de cortes pelo corpo e com os olhos roxos. Apesar de ser uma escritora de histórias de crime e, consequentemente, alguém acostumada a observar o comportamento humano, Leonora é tão imatura que chega a comprometer a credibilidade da personagem. Mesmo assim, e até para os leitores que matarem a charada antes do final (não é tão difícil), é um bom suspense.

A autora conduz bem o clima de tensão, criando uma sensação de angústia típica das histórias de suspense. É uma trama focada nas personagens femininas e, embora trate o tema com fragilidade (principalmente no que se relaciona aos porquês), ainda assim é uma boa estreia para uma autora iniciante.

 

 

A história deixa algumas perguntas sem resposta, ou melhor, algumas explicações são um pouco forçadas mesmo, o que para leitores mais exigentes pode significar falta de coerência. Há também o fato de que, mais para o final do livro, a autora parece tentar “prolongar” a amnésia de Leonora como um recurso para provocar mais ansiedade no leitor. Aí o ritmo fica um pouco arrastado.

Os direitos do livro foram vendidos para o cinema em 2015, e é Reese Whiterspoon quem vai produzir o filme (mas aparentemente ela não irá atuar no mesmo). Publicado pela Editora Rocco, “Em um bosque muito escuro” faz parte da coleção Luz Negra, uma série com títulos de suspense focados no aspecto psicológico e ambiguidade dos personagens. No kit preparado pela editora para divulgar o livro, veio com um véu macabro ensanguentado, um convite personalizado para a despedida de solteiro e uma taça com o selinho Luz Negra.

Para quem curte romances de suspense e thrillers psicológicos.

(Exemplar enviado pela Editora Rocco)

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SOBRE O LIVRO

bosqueTítulo: Em um bosque muito escuro
Autora: Ruth Ware
Editora: Rocco
Páginas: 288
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SINOPSE – “Em um bosque muito escuro” é narrado por uma escritora reclusa que aceita o convite para a despedida de solteira de uma amiga de escola com a qual não tinha contato há anos. Quarenta e oito horas depois de chegar ao local da festa, uma casa de campo isolada, ela desperta numa cama de hospital, com a devastadora certeza de que alguém está morto. E mais do que tentar lembrar o que aconteceu no fatídico fim de semana, precisa descobrir o que fez. Com uma atmosfera inquietante, em que segredos do passado são revelados aos poucos e as relações se constroem pelo entrelaçamento de admiração, carinho, inveja e ressentimentos, Ruth Ware entrega um thriller arrebatador, que não à toa a colocou entre os principais nomes do novo suspense feminino, como Paula Hawkins e Gillian Flynn. Em um bosque muito escuro será adaptado para o cinema por Reese Whiterspoon.

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2 comentários em “Em um bosque muito escuro, de Ruth Ware”

  1. Putz,acabei de ler e precisava ver se alguém ficou com a mesma impressao que eu. Achei este livro extremamente fraco e incoerente. Foi difícil engolir muitas coisas ali. A mocinha nas 50 primeiras paginas saiu para correr umas 3 vezes para “relaxar”. Os capítulos 24, 25 e 26 começam todos iguais: Alguem batendo na porta do quarto do hospital. Todo mundo queria ir lá falar com a coitada. Nem deixavam ela descansar. Mas ainda não sei se me irritei mais com a autora querendo que eu acreditasse que numa despedida de solteiro um bando de mulheres vai brincar de tiro ao alvo e brincadeira do copo, ao invés de ir ver o Vitor Fasano no Clube da Mulheres, ou se foi com a fuga da mocinha e da vilã do hospital e voltando para a casa de vidro vazia no meio da neve. Mereciam morrer de pneumonia. Me desculpe, mas acho que o kit da Record te conquistou, pois o livro fica a desejar.

    1. Oi Helder, tranquilo, temos opiniões diferentes. Achei o kit bem legal mesmo, mas certamente ele não influenciou na minha opinião sobre o livro pois sempre sou sincera em minhas resenhas. Como escrevi, achei que a protagonista não tinha tanta profundidade e havia algumas brechas também, mas isso não fez com que eu considerasse menos a história. Foi divertido pra mim, li bem rápido e curti 🙂 Obrigada pelo comentário.

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