Por Yasmin Lahm – O romance policial vive um momento de efervescência ímpar no Brasil. Tony Belloto, Luiz Alfredo Garcia-Roza e Raphael Montes são apenas alguns dos autores que vêm se destacando recentemente no país, trazendo a literatura policial nacional para as listas dos livros mais vendidos e conquistando os fãs do gênero. Na expectativa de se juntar a esse time de autores sucesso de público e crítica, surge um novo nome, ou melhor, pseudônimo, na cena literária: Andrea Killmore e seu romance de estreia, “Bom Dia, Verônica”.
O mistério começa com a autora – Killmore adotou um nome falso para preservar seu anonimato por questões de segurança. Antes de começar sua carreira literária, a escritora foi uma figura importante na polícia, mas após trabalhar infiltrada em um caso e sofrer uma perda pessoal ligada a ele, foi obrigada a deixar a corporação e assumir uma nova identidade.
O livro acompanha a história da personagem título Verônica, secretária do delegado do Departamento de Homicídios de São Paulo, que está entediada com a rotina burocrática de seu emprego.Com o intuito de quebrar a monotonia, ela decide assumir por conta própria, sem comunicar a seus superiores, duas ocorrências que chegam a suas mãos na delegacia – um caso de suicídio, em que a vítima se joga do prédio da delegacia após uma audiência infrutífera com o delegado, e um telefonema misterioso de uma mulher desconhecida alegando que seu marido é um assassino em série de mulheres. O que Verônica não podia prever era a dimensão que estes casos tomariam, e o quanto sua vida e seu trabalho seriam eclipsados por eles. Unindo elementos tão diversos (e atuais) como o universo dos relacionamentos online e a corrupção nos órgãos públicos, “Bom Dia, Verônica” reúne elementos eletrizantes que se entrelaçam de maneiras inesperadas e revelam um desfecho surpreendente.
Apesar de se ver mergulhada em uma trama de assassinatos, estupros e chantagem, Verônica é uma mulher como todas as outras, com família, casa e emprego para administrar. O livro oferece ainda uma galeria de personagens coadjuvantes muito bem construídos, em que mesmo as vítimas dos crimes são descritas de modo que o leitor conheça suas particularidades e importância no enredo. Sobressai-se especialmente Janete, a esposa que denuncia o marido serialkiller, descrita de forma sensível e realista, compreendendo a relação de abuso e poder que caracteriza as vítimas de violência pelos companheiros.
A trama vai agradar em cheio aos fãs de Lisbeth Salander e seus métodos pouco convencionais de ação retratados na trilogia Millenium. Assim como a hacker sueca, Verônica demonstra certa descrença nas instituições (apesar de fazer parte da Polícia Civil) e prefere conduzir suas investigações à margem da lei. As semelhanças entre as personagens não param por aí: ambas sofreram problemas familiares devido ao seu envolvimento com as autoridades (o que justifica a desconfiança em relação a elas), e têm relacionamentos pessoais conturbados, que não raro se confundem com o caso com o qual estão envolvidas. Entretanto, uma diferença fundamental que as separa são as motivações para desvendar os crimes: enquanto Lisbeth tem interesse pessoal nos crimes que investiga, Verônica é impelida, sobretudo, por sua inquietação e por um senso de justiça que deseja dar às vítimas dos crimes.
Vale também destacar o trabalho realizado pela Darkside Books na edição do livro, que conta com um projeto gráfico primoroso, característico dos livros da editora. As ilustrações que acompanham a obra dão a atmosfera de suspense febril do livro e agregam na construção do cenário da trama.
“Bom Dia, Verônica” é um romance de estreia de fôlego, que anuncia um futuro promissor para Andrea Killmore e sua protagonista Verônica. O detetive Bellini e o investigador Espinosa a aguardam no hall dos grandes personagens do romance policial brasileiro.
* Imagens: Yasmin Lahm
* Livro cedido em parceria com a Darkside Books
SOBRE O LIVRO
Título: Bom dia, Verônica
Autora: Andrea Killmore
Editora: Darkside Books
Páginas: 256
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SINOPSE – Em “Bom dia, Verônica”, acompanhamos a secretária da polícia Verônica Torres, que, na mesma semana, presencia de forma chocante o suicídio de uma jovem e recebe uma ligação anônima de uma mulher desesperada clamando por sua vida. Com sua habilidade e sua determinação, ela vê a oportunidade que sempre quis para mostrar sua competência investigativa e decide mergulhar sozinha nos dois casos. No entanto, essas investigações teoricamente simples se tornam verdadeiros redemoinhos e colocam Verônica diante do lado mais sombrio do homem, em que um mundo perverso e irreal precisa ser confrontado.
Mora em Porto Alegre. Leu seu primeiro livro da Agatha Christie aos 7 anos e, desde então, é apaixonada por literatura policial.
Já coloquei na minha lista!
Apesar de achar louvável a iniciativa da Andrea Killmore em investir no gênero e na coragem da Dark Side de publicar o livro (o trabalho realizado na edição, como dito na resenha, é de fato primoroso), achei que esse livro deixou muito a desejar em relação à trama e às ações da protagonista. Estive, de fato, a ponto de abandonar a leitura diante de certas incongruências.
Aviso à autores iniciantes: não cedam originais à editora DarkSideBooks.
O livro de nome Bom dia, Verônica (de autor anônimo e background suspeito) é um provável plágio de original que, não por acaso, não veio a ser publicado pela mesma.
O que existe é uma apropriação de ideia (eufemismo para roubo) de facetas que o autor reconhece de pronto. Pois no original, enviado por e-mail à editora, no dia 21/07/2016, existe uma personagem chamada Marta, seguido de uma jovem policial aprendiz, casos de suicídio… e caixas.
Perfil antigo do autor no twitter: @arccofins
Depois de muito silêncio da parte da editora, o autor trabalhou a fim de melhorar o seu original e chegou ao título o qual estuda publicação independente. Ele pede apoio e compreensão de todos.
Obrigado.
Olá me chamo Tânia, estou simplesmente apaixonada pelo livro, olhei a série, mas nada se compara a obra literária. Mais tarde vou fazer resenha no meu blog da série e livro.