CRIOU SAM SPADE – Samuel Dashiell Hammett nasceu em Maryland, Estados Unidos, em 1894. Frequentou a escola até os 14 anos, mas largou tudo para trabalhar. Foi entregador de jornal, operário de uma fábrica de enlatados, estivador e detetive particular.
Em 1922, largou tudo de novo para ser escritor. Publicava contos em revistas de ficção científica e policial, histórias recheadas de personagens cínicos e maliciosos que logo agradaram os leitores. Hammett usou a própria experiência como detetive da Agência Pinkerton, onde trabalhou de 1915 e 1921, para criar o universo dos seus personagens.
Ficou conhecido especialmente por criar Sam Spade, símbolo do detetive durão que aparece no livro “O falcão maltês”, de 1930.
Um episódio muito conhecido em sua vida aconteceu em 1951, quando foi perseguido pela Comissão de Atividades Antiamericanas, do senador Joseph McCarthy. O escritor foi acusado de esconder informações sobre amigos comunistas e, como não colaborou, passou cinco meses em cana.
Minutos antes de testemunhar no Senado (Getty Images)
Dashiell Hammett escreveu cerca de 80 contos e cinco romances policiais, e até hoje é lembrado como um dos grandes nomes da literatura policial. No fim da vida, teve problemas financeiros e de saúde. Em 10 de janeiro de 1961, aos 66 anos, não resistiu a um câncer de pulmão.
DICA DE LEITURA
Título: O falcão maltês
Autor: Dashiell Hammett
Tradução: Rubens Figueiredo
Páginas: 268
Editora: L&PM pocket
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SINOPSE – O falcão maltês, assim como O longo adeus, de Raymond Chandler, está no alto do pódio da literatura policial. Mais precisamente da chamada literatura noir, como os franceses batizaram lá nos meados do século XX, buscando colocar, digamos, uma estrela a mais no chamado gênero policial. Ou seja, tinha enredo, trama, mistério e… alta literatura. O leitor tem nas mãos um verdadeiro banquete literário. Sam Spade, detetive particular, assim como Philip Marlowe de Raymond Chandler, é um personagem emblemático do gênero. Homens duros, mas não raro sentimentais, são sobreviventes num mundo onde a hipocrisia se entrelaça com o sonho americano, nos anos 1940 e 1950. Maltratados pelos policiais, eles sabem que, antes de mais nada, tiras não gostam de detetives privados, e, neste livro, Hammett mostra o perfeito descompasso entre o que move tiras e detetives diante da investigação de um crime. Uns servem – pelos menos teoricamente – à lei, e os outros obedecem a um cliente que nem sempre representa a mais nobre das causas. Muito pelo contrário, como é o caso da busca frenética pelo legendário falcão maltês, uma antiga estatueta valiosíssima. O detetive Sam Spade é contratado para achar o precioso tesouro e se vê envolvido numa grande encrenca; uma complexa operação que mistura policiais, clientes e bandidos. Os diálogos perfeitos, os personagens bizarros, o clima de desconfiança, a trama complicada, tudo isso combina ao mesmo tempo o mistério de um brilhante livro policial com as misérias, incertezas e fragilidades da condição humana. Uma obra-prima.
Jornalista. Trabalha com curadoria de informação, gestão de mídias sociais e criação de conteúdo digital. Em 2014, lançou o e-book “Os Maiores Detetives do Mundo” (Chris Lauxx). Contato: [email protected]
Um dos maiores da literatura noir, gosto do seu estilo, dos seus livros e contos, mas prefiro o Chandler.