Por Raquel de Mattos – É um livro bem bolado, sim, mas demora muito pra engrenar. Começa a ficar interessante lá pelo fim do primeiro terço, melhora depois da metade, mas tem um finalzinho assim, meio piegas. Mas é bem construído.
O trabalho de escritor deve ser reconhecido, pois é uma jornada incansável (sério, eu sei exatamente como é isso), então acho que jamais darei uma nota zero a um livro. Quando se lê os agradecimentos – especialmente quando eles estão no final – começa a se reconhecer todas as fontes que o autor foi buscar, como ele criou os personagens, os cenários, as tramas, tudo para que o livro fizesse sentido, a quantidade enorme de pesquisas. Talvez o que eu tenha sentido falta nesse (longe de mim dizer que a moça é ruim! Eu só li um livro dela!) é uma agilidade, uma ação desde o começo. Como eu disse, ele custa a engrenar, mesmo com um monte de mortes acontecendo antes do meio-dia. Os personagens são legais, bem desenvolvidos, mas parece que a conexão lá dentro de Baskerville é lenta, tipo conexão discada do final do século XX e o calor incessante, citado o tempo todo, deixa tudo muito modorrento.
Estão trabalhando no caso como consultores, mas logo vão perceber que há mais coisa por aí. O rastreador Cal Noonan tem uma função importante, mas toda hora vai nos lembrar que é um produtor de queijo. Enfim, todos os personagens são importantes dentro da sua função, mas alguns me soaram meio forçados. Por exemplo, a filha adotiva adolescente de Quincy e Rainie, a Sharlah, tem uns pensamentos muito sofisticados para uma menina de 13 anos. Tudo bem que ela já passou por muita coisa nessa vida, vários lares temporários, quem sou eu pra saber alguma coisa sobre os demônios de cada um, mas ainda assim, como personagem, a achei forçada. Os outros estão bem.
Realmente ele melhora da metade pra frente e o final não é nada daquilo que a gente espera, mas também não é um finalzão assim, mega. É só um final ok. Mas quem sabe você já leu esse livro e tem uma visão diferente para comentar aqui comigo?
Abraços literários!
Autora: Lisa Gardner
Tradução: Eric Novello
Editora: Gutenberg
Páginas: 352
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SINOPSE – Após uma tragédia que o separou por oito anos de sua irmã mais nova, Sharlah, o jovem Telly ressurge como o principal suspeito de uma onda de assassinatos. Só uma pessoa é capaz de desenhar o perfil do criminoso: o hábil ex-agente do FBI Pierce Quincy, que é convocado para colaborar no caso. Mas seu envolvimento como pai adotivo de Sharlah pode obscurecer sua linha de raciocínio ou levá-lo para um emaranhado de pistas desconexas, mostrando que o caso pode ir muito além do que parece ser.
Carioca aquariana da gema, museóloga em Barretos (SP). Fã de Agatha Christie, descobriu diversos autores fantásticos ao longo da estrada da literatura policial. Ama café, livros e chocolate e é fácil de ser agradada!
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Republicou isso em Memórias ao Vento.
Livro lerdo, pesado, gira em círculos, acho que a comentarista foi muito benevolente e simpática à autora , dando títulos extras ao esforço de fazer um bom trabalho.
Oi, Regina!
Obrigada pelo comentário!
Eu concordo contigo na maioria das coisas que vc disse, sim! Mas tentei ver o lado bom (pelo menos achei que sim) que é o trabalho da autora.
Vi como ela colocou os irmãos na primeira pessoa e os demais em narrador - observador; vi como ela buscou os elementos para fazer conexões (me surpreendi com alguns personagens e desconfiei dos errados...), enfim, como eu disse, reconheço o esforço de se escrever um livro, por pior que ele seja! Sei na pele, dá um trabalhão!
Mas, novamente, concordo com você! Era pesado e chato, meio modorrento mesmo!
Um grande abraço!
Raquel