Agatha Christie nasceu no final do século 19 na Inglaterra, em uma época em que o país (e o mundo) passava por grandes transformações industriais e tecnológicas.

Aqueles eram também os últimos anos da era vitoriana, então Christie foi criada sob valores conservadores que certamente se refletem nas histórias. Então como explicar o sucesso de seus livros ainda hoje?

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Sua obra tornou-se claramente a porta de entrada para o desenvolvimento do hábito da leitura e, na lista abaixo, você descobrirá cinco razões que ajudam a explicar a popularidade de Agatha Christie nos tempos em que vivemos.

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1. Protagonistas inesquecíveis

O charme inimitável dos protagonistas de Christie, incluindo Miss Marple, Poirot, Tommy & Tuppence e Ariadne Oliver, é certamente um dos principais fatores que contribuem para o sucesso duradouro dos trabalhos da autora. Estes personagens têm personalidades incrivelmente acessíveis, completas com hábitos, virtudes e falhas, o que permite aos leitores formar uma conexão imediata ao explorar os universos que Christie criou. Destes amados personagens, o Detetive Poirot e Miss Marple em particular alcançaram uma notável longevidade, com a personalidade extravagante e perceptiva do primeiro, e a compreensão perspicaz da natureza humana da segunda.

 

2. Tramas intrigantes

Christie tinha um talento inegável para escrever seus romances de detetive icônicos, seguindo sua própria fórmula pessoal. Desde o início, ela foi magistral na habilidade de construir histórias de suspense e fornecer pistas falsas, assegurando que o mistério fosse mantido durante todo o tempo. Os personagens iriam desde pessoas comuns, como professores e médicos, até aqueles que abrigam segredos gradualmente revelados à medida que a trama avançava. Cada pessoa se tornava um suspeito em potencial até que o verdadeiro culpado fosse finalmente revelado.

 

3. Finais surpreendentes

Não há dúvidas sobre a capacidade de Christie de surpreender seus leitores com reviravoltas no enredo e conclusões imprevistas. Quantos de nós já não se perguntaram “como não suspeitei dessa pessoa antes” ao chegar ao final de uma história? A habilidade que Agatha tinha para elaborar histórias é um dos motivos de seu enorme sucesso. Seus livros contêm pistas suficientes para fazer o leitor questionar suas decisões, mas também evidências suficientes para apontar para o verdadeiro suspeito. Assim, não é surpresa que a autora seja elogiada por sua capacidade de surpreender os leitores.

 

4. Sentimentos

Situado na Inglaterra do século 20, seus livros se baseiam em enredos e personagens universais e atemporais, tornando-os imensamente atraentes. Ao focar em emoções primitivas como ganância, ciúme, ódio e arrependimento, suas histórias nos falam em um nível inato – independentemente da época em que existimos – já que todos esses sentimentos são inerentes à condição humana.

 

5. Ambientações fascinantes

Vale a pena destacar os diversos cenários escolhidos por Agatha Christie para elaborar suas histórias – desde aldeias rurais e casas de campo na Inglaterra, até misteriosos hotéis e ilhas, ou a bordo de barcos e trens – e às vezes até mesmo em uma escavação arqueológica ou em um navio de cruzeiro, como visto em Morte na Mesopotâmia e Morte no Nilo, respectivamente. O que torna seus livros ambientados no Oriente Médio tão fascinante é a riqueza de detalhes e a precisão da representação cultural que acrescentam um toque enigmático à história. Em muitos casos, é como se fôssemos levados em uma viagem junto com os personagens, pois somos apresentados aos locais exóticos e encantadores em que a história se passa. Assassinato no Expresso do Oriente e Morte no Nilo servem como excelentes exemplos; o primeiro acontecendo dentro de um trem saindo de Istambul e o segundo, um assassinato no cruzeiro no rio Nilo. Este elemento de realismo, levando os leitores a tempos e lugares diferentes, adiciona uma camada extra de suspense à história e também contribui para que os livros de Agatha Christie tenham se tornado clássicos.

 

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DICA DE LEITURA

Título: O misterioso caso de Styles
Autora: Agatha Christie
Páginas: 288
Editora: Globo Livros
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SINOPSE – Quando mr. Hastings encontra seu velho conhecido John Cavendish casualmente e aceita seu convite para passar uma temporada na enorme e isolada casa de campo de Styles, não imagina a misteriosa trama que o espera. Mrs. Emily Inglethorp, madrasta de John e Laurence Cavendish, herdou a propriedade de seu marido e tem todo o controle sobre patrimônio da família. Seu segundo marido é Alfred Inglethorp, vinte anos mais novo, cujo passado é nebuloso, o que causa enorme apreensão nos filhos de mrs. Emily e nos demais moradores de Styles. A tensão na propriedade chega ao limite quando mrs. Emily é encontrada trancada em seu quarto nos últimos estertores e morre com o nome de seu marido nos lábios. Morte natural ou envenenamento? Quem além de seu marido teria interesse em sua morte? Como ela pode ter sido envenenada? Para responder a todas essas perguntas, mr. Hastings, velho amigo de Hercule Poirot, pede autorização à família para chamar o excêntrico detetive belga. O astuto e simpático detetive analisa as evidências, entrevista testemunhas e o leitor vai seguindo seus passos a partir da envolvente narração de mr. Hastings. E a ele fica o desafio: diante de provas desconexas, testemunhos duvidosos e inúmeras reviravoltas, como o sagaz Poirot irá desvendar esta imbricada trama onde ninguém é exatamente o que parece?