Algumas conclusões sobre Romance Policial: Espinosa

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Por Rodrigo Padrini – A primeira temporada da série “Romance Policial: Espinosa” no GNT chegou ao fim no último dia 3 de dezembro, já prometendo um retorno breve. Pode-se dizer que, ao longo dos episódios, a adaptação televisiva inspirada no livro Uma Janela em Copacabana (Companhia das Letras, 2010), de Luiz Alfredo Garcia-Roza, gerou críticas positivas e negativas. Alguns fãs mais radicais do Delegado Espinosa, sofreram de desgosto ao se deparar com detalhes esquecidos na série da TV. Outros, mais desavisados ou até menos chatos mesmo, acharam tudo ‘maravilindo’.

Bom, no dia 16 de outubro, logo após a estreia da série, publiquei aqui no site um breve comentário com as minhas primeiras impressões e recebi muitas respostas dos leitores confirmando algumas delas. Para quem ainda não leu, quem sabe dá um pulinho lá antes, faz aquela leitura dinâmica e volta pra cá? É curto, eu prometo.

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“Eu apostaria um Fusquinha 66 que as provas estão erradas”
Fala do perito criminal, no último episódio

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Posso dizer que os leitores do Delegado Espinosa foram os mais críticos – uns mais radicais, outros menos -, afinal, conhecem a obra escrita e sempre tem aquela expectativa de ver tudo ali, materializado na telinha. A estante de livros então, deixou muita gente de cabelo branco mais cedo. Contudo, percebi que muitas pessoas elogiaram a série, tanto quem já conhecia os livros do Garcia-Roza como quem estava sendo apresentado ao Espinosa pela primeira vez.

Hoje vou expressar minhas segundas impressões, ou melhor, algumas conclusões sobre o desenrolar da temporada. Nesse momento, vou contar também com as colaborações de várias pessoas que comentaram com a hashtag #EspinosanoGNT no Twitter, e me fizeram rir ou chorar.

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Pontos positivos

Alguns episódios, como o penúltimo, onde as suspeitas se voltam para o Delegado Espinosa, mostram uma ótima edição e direção da trama, e me prenderam do início ao fim.

Quando deixei de querer que o Espinosa que imaginei fosse o que tínhamos ali interpretado pelo ator Domingos Montagner, me acostumei com o seu jeito e aproveitei melhor a série. Afinal, o cara é um excelente ator. E provou isso no último episódio.

A trilha sonora se manteve ótima durante a temporada, e bem adequada aos momentos escolhidos. O tema de abertura é muito bom.

Aquela dinâmica do Corregedor com o Espinosa ficou excelente, rendendo alguns dos melhores diálogos.

O mistério, de um modo geral, se manteve cativante e deve ter surpreendido muita gente no final.

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Pontos negativos

De modo geral, não curti muito o relacionamento amoroso do Espinosa. Os livros trazem uma companheira totalmente diferente, e a série apostou em um novo modelo. Nada contra a atriz, é a dinâmica da relação mesmo que não condiz muito com a expectativa do leitor.

Podiam reconsiderar o blazer de veludo no calor de 40 graus do Rio de Janeiro. Quem sabe uma hashtag #BotaUmaCamisetaAíEspinosa?

Fiquei um pouco confuso com a questão da vingança da Camila (Celeste) com o Delegado Espinosa. Posso ter dormido em alguma parte de algum episódio, mas me parece que poderia ter ficado mais claro. Ou não?

A trama deixou alguns pontos não esclarecidos, que talvez sejam respondidos na segunda temporada. Mas, por enquanto, imaginei que uma conclusão ou um resumão do que rolou seria interessante.

Não gostei muito do último episódio. Achei que correram com o final e não explicaram muita coisa. Esperava um desfecho mais cativante.

 

Como disse no texto anterior, é importante frisar que a série é apenas inspirada no livro e não é uma adaptação fiel do que está escrito no romance “Uma Janela em Copacabana” (Companhia das Letras, 2010). “Romance Policial: Espinosa” é uma produção nacional e isso é muito importante. Precisamos reforçar o gênero no país e torcer para que novas produções venham nos brindar com boas surpresas.

Aliás, o canal GNT elaborou um site legal com informações e curiosidades sobre a série. Vale a pena conferir também. E você, o que achou?

 

Conheça os livros da série policial com o detetive Espinosa

 

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13 comentários em “Algumas conclusões sobre Romance Policial: Espinosa”

  1. Eu não sou muito fã de Espinosa (o da literatura), mas acho que a série foi horrorosa. Desserviço ao gênero policial. Clichês do gênero o tempo inteiro. O universo de Espinosa (não falo nem do Uma Janela) não vive de jeito nenhum disso. E ainda mataram a policial interpretada por Chandelly Braz, a personagem mais interessante e mais bem interpretada. E sobre o quinto ponto negativo, não caberia muito nas novelas das 9 da Globo?

  2. Ainda que irregular, gostei bastante da série, do ritmo e da proposta. Conheço os livros do Garcia-Roza e sempre me interesso em ver adaptações e o que se precisa fazer para mudar de um meio para outro. No geral, o seriado captou a essência do livro original, e as alterações não foram tão ofensivas como alguns fãs pintaram.

    Em relação à vingança da Camila: na verdade ficou bem claro sim. Ao longo de toda a série, alguns personagens faziam referências ao caso de um policial amigo do Espinosa que tinha sido dedurado por ele numa investigação de corrupção na polícia. (Várias vezes, aliás, o corregedor cita este caso em comparação ao caso da morte dos policiais, que leva o Espinosa aos holofotes mais uma vez). SPOILER Então a Camila aparecer como filha do tal policial e querer se vingar do homem que botou o pai dela na cadeia é bastante coerente. O que fica mal-ajambrado no desfecho é a relação disso tudo com o esquema dos carro roubados (no livro é bastante evidente: ela mata todos os envolvidos para roubar o dinheiro e fugir. Na série, ficou meio no ar, como se o grande plano dela fosse se vingar do Espinosa, o que não era).

    E é claro que a Luana morreu, aparentemente baleada no porta-malas.

    1. Marcelo, acho q as alterações são fruto da adaptação e totalmente compreensíveis. Como comentei com alguns, me acostumei ao Espinosa do seriado e curti. Sobre a questão da vingança da Camila talvez tenha faltado ênfase nesse ponto. A própria questão do esquema dos carros tomou muito espaço desnecessário, já q nem teve muita conexão com o desfecho. Eu confesso q o método Netflix tem me estragado para acompanhar séries, já que lá podemos sentar e matar a temporada num fim de semana. Na tv nem sempre consigo manter o interesse. Obrigado pelos contrapontos! Grande abraço

  3. Gostei muito do visual e da trilha sonora. A abertura é fantástica. Concordo plenamente que o personagem mais interessante e bem interpretado foi justamente o da Chandelly Braz. Agora, gente, na era dos celulares, google maps e com um ex-hacker como parte da equipe, vocês engoliram aquela da vigilância no quarto do hotel ser só sonoro? Além disso, será que acharam normal o delegado esconder a Camila no seu apartamento? Para finalizar, se tivesse uma votação para o Espinosa ser o delegado da minha cidade eu, além de votar contra, faria campanha. Vocês contaram o número de assassinatos embaixo do nariz do cara enquanto ele escondia a assassina no seu ap?????

    1. Em eras tecnológicas deve estar cada vez mais difícil fazer algo crível para o público, realmente. Acho q o Espinosa tava escondendo a Camila sem ninguém saber. O q acabou dando errado também rsrsrs abraços!! Obrigado

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