Todo mundo tem uma comida favorita ou um hábito alimentar para compartilhar. Muito café pela manhã. Ovos fritos e bacon nas refeições. Taças de creme de leite em qualquer estação.
Confira hábitos alimentares de alguns nomes conhecidos da literatura.
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Patricia Highsmith tinha um cardápio fixo para a maioria das refeições: bacon e ovos fritos. Ela começava as sessões de escrita tomando uma bebida mais forte, rodeada na cama por cigarros, café, uma rosquinha e um pires de açúcar. A intenção era “evitar qualquer sensação de disciplina e tornar o ato de escrever o mais agradável possível”.
“O café é uma grande força na minha vida”, escreveu Honoré de Balzac em 1830. “Eu observei seus efeitos em uma escala épica”. De fato, observou. No auge da produção, o romancista e dramaturgo francês se levantava à uma hora da manhã e escrevia até às 16h, dormindo por apenas 90 minutos. Para se manter em pé, bebia cerca de 50 xícaras de café por dia, geralmente com o estômago vazio. Balzac acreditava que “as ideias se movem rapidamente como batalhões de um grande exército nesse estado, rumando para o seu lendário campo de luta”.
Em sua biografia, Hunter S. Thompson descreveu o café da manhã como “um ritual pessoal que só pode ser contemplado apropriadamente sozinho e num espírito de excesso genuíno”. Para ele, o café da manhã ideal tinha que ter quatro Bloody Marys sangrentos, duas toranjas, uma medida de café, crepes de Rangoon, um prato de linguiça ou de bacalhau ou de corned beef com pimentões em cubos, um omelete à espanhola, um litro de leite, um limão cortado para tempero aleatório e algo parecido com uma fatia de torta de limão, duas margaritas e seis linhas da melhor cocaína para a sobremesa.
Em uma entrevista, Stephen King revelou que os doces são o seu alimento preferido para o cérebro, então ele come um cheesecake todos os dias antes de se sentar para escrever.
Percy Shelley é frequentemente considerado o primeiro vegetariano conhecido da era moderna, isso em 1810, época em que ninguém sabia direito o que era ser vegetariano. Shelley, que foi o segundo marido da escritora Mary Shelley, defendia os direitos dos animais e afirmava que comer carne não era algo natural (mesmo que ele tenha voltado a comer carne na vida). Segundo o poeta, o ato de comer carnes “era apenas possível após amaciar e disfarçar a carne morta pela preparação culinária, tornando assim suscetível de mastigação ou digestão, e que a visão de seus sucos sangrentos e horror bruto causava repugnância e desgosto”.
Lewis Carroll tinha o costume de complementar a sua dieta com lanches de ópio. Olhando por aí, até que não fica difícil entender de onde veio a imaginação para criar “Alice no país das maravilhas”. Na era vitoriana era comum o uso de ópio, um dos principais motivos para a mortalidade infantil na época.
Charles Dickens gostava em especial de maçãs cozidas, e tinha certeza de que comer uma maçã assada todos os dias durante as viagens marítimas evitaria a “doença do mar”. Ele até achava que a falta de equilíbrio ao se colocar os pés na terra depois de uma viagem marítima podia ser resolvida pelo consumo de adivinha o que?
A escolha de Agatha Christie não é nada exótica, mas é claro que ela não podia ficar de fora dessa lista já que adorava uma boa comida. Quando escrevia, Agatha gostava de manter uma taça de creme de leite de Devonshire ao seu lado. Outra comida favorita da autora eram as maçãs, que ela devorava até na banheira de casa.
Jornalista. Trabalha com curadoria de informação, gestão de mídias sociais e criação de conteúdo digital. Em 2014, lançou o e-book “Os Maiores Detetives do Mundo” (Chris Lauxx). Contato: analaux@gmail.com
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