RESENHA | A Incendiária, clássico de Stephen King

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Por Ana Paula Laux – Charlie é a filha de um casal que passou por uma experiência científica secreta praticada pelo governo. Seus pais foram voluntários em um teste onde drogas foram administradas sem o conhecimento deles.

Após a experiência, eles adquiriram poderes psíquicos peculiares, e sua filha, a pequena Charlie, herdará um DNA alterado e incomum. Mais precisamente, descobre-se que Charlie tem o poder da pirocinese, que nada mais é do que a capacidade de criar e manipular o fogo.

Ela é ensinada desde criança a domar essa habilidade principalmente para não chamar a atenção da organização conhecida como Oficina, que fez o experimento em seus pais.

Sua família é monitorada por esse grupo, até o momento em que eles decidem sequestrá-la para confirmar esse poder e aproveitar-se dele. Começa aí uma fuga desesperadora para manter-se livre das mãos da Oficina.

Apesar da história ser bem pensada, há momentos em que a narrativa fica lenta e as divagações do pai de Charlie se tornam massantes, bem como a do personagem Rainbird. O livro tem 448 páginas, quase um tijolão, mas uma boa editada daria mais ritmo à trama.

A premissa é baseada em fatos reais, pois A Incendiária é uma história que expõe medos de uma época. Isso está bem explicado no posfácio escrito por King, e num texto elucidativo que correlaciona a história com as experiências feitas pelos Estados Unidos e pela então União Soviética na época da Guerra Fria.

 

A Incendiária não tem nada de terror. É mais uma ficção científica que acabou influenciando muita gente desde seu lançamento, que foi em 1984.

 

A mais recente associação é com a Eleven, a menina do Stranger Things que tem poderes parecidos com os de Charlie, e que também está fugindo do governo e tentando deter o mal. Em 1984, o livro virou filme com a Drew Barrymore no papel de Charlie, mas aparentemente foi um fracasso. No Brasil, o filme foi chamado de Chamas da Vingança.

 

Confira a resenha em vídeo

 

 

SOBRE O LIVRO

Título: A Incendiária
Autor: Stephen King
Tradução: Regiane Winarski
Editora: Suma
Páginas: 448
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SINOPSE – Após anos esgotado no Brasil, A incendiária volta às livrarias como parte da Biblioteca Stephen King, coleção de clássicos do mestre do terror em edição especial, com capa dura e conteúdo extra. No livro, Andy e Vicky eram apenas universitários precisando de uma grana extra quando se voluntariaram para um experimento científico comandado por uma organização governamental clandestina conhecida como “a Oficina”. As consequências foram o surgimento de estranhos poderes psíquicos — que assumiram efeitos ainda mais perigosos quando os dois se apaixonaram e tiveram uma filha. Desde pequena, Charlie demonstra ter herdado um poder absoluto e incontrolável. Pirocinética, a garota é capaz de criar fogo com a mente. Agora o governo está à caça da garotinha, tentando capturá-la e utilizar seu poder como arma militar. Impotentes e cada vez mais acuados, pai e filha percorrem o país em uma fuga desesperada, e percebem que o poder de Charlie pode ser sua única chance de escapar.

 

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1 comentário em “RESENHA | A Incendiária, clássico de Stephen King”

  1. Olá, Ana Paula. Vejo sempre seus vídeos no youtube. Gosto muito dos seus comentários e observações. Mas, vou discordar um pouco sobre “A incendiária”. Não vejo divagações nos pensamentos de Andy e Rainbird. Penso que nesses personagens, King quis delinear um perfil bastante psicológico, no qual o leitor pudesse entender as motivações de ambos. Achei que o autor conseguiu desenvolve-los muito bem, de modo que o leitor possa comparatilhar de perto a imensa carga de sofrimento de Andy, assim como seus terrores e traumas, destacando entre eles, a perda de sua esposa.
    Com relação a Rainbird percebi que por meio dele King faz um ferrenha crítica ao exército e governo Americano. De certa forma, Rainbird se torna um ser monstruoso porque é produto da guerra do Vietnã e para o governo é visto somente como máquina de matar. Tendo origem indígena, ele tem consciência que somente é capaz de viver como uma espécie de mercenário.
    Ainda sobre Rainbird podemos perceber que ele desenvolve uma obsessão por Charlie, uma espécie de amor distorcido e possessivo. Ele é um vilão psicótico do tipo que se ama odiar que se soma a uma galeria de outros personagens loucos criados pelo autor, a exemplo de Anne Wilkes, a fã número um de “Louca Obsessão”.
    São as ações desmensuradas tanto de Andy e Rainbird – veja que o autor sempre explora muito o conceito da húbris presente nas tragédias gregas- que resultam em um final que assume dimensões dramáticas, de forte intensidade, digamos assim. King já havia feito isso em “Carrie” e também “A Zona Morta” e repetiu o mesmo artifício em “A incendíaria”, que para mim não um de seus melhores livros, mas mesmo assim um thriller eficiente – e não de terror como alguns afirmam, que é pontual em algumas cenas- com elementos de ficção científica. O livro prendeu minha atenção e sua leitura foi agradável – acredite: existem livros bem mais dífícies do autor de terminar.
    Abraço.

Comentários encerrados.

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