Por Ana Paula Laux – Muita gente já ouviu falar dele. Para quem gosta de ler sobre crimes da vida real, sabe que John Wayne Gacy foi considerado um dos piores assassinos em série na história dos Estados Unidos.
Na década de 1970, ele foi responsável pela morte de trinta e três adolescentes, todos homens, brancos, alguns homossexuais, outros atraídos por propostas de emprego. Gacy os torturou, estuprou e matou, enterrando várias vítimas sob o assoalho da própria casa. Quando o espaço no chão acabou, passou a jogar os corpos de uma ponte no rio Des Plaines, região metropolitana de Chicago, no estado de Illinois.
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Killer Clown Profile: Retrato de um Assassino traz o caso de Gacy pela perspectiva do principal promotor do caso, no julgamento que levou a sua sentença de pena de morte em 1980. Terry Sullivan foi o advogado que, junto a uma dedicada equipe de investigação, vigiou Wayne por vários dias até descobrir a localização dos corpos e obter uma confissão do assassino.
A princípio, a investigação tinha como foco o desaparecimento de Robert Piest, adolescente de 15 anos visto pela última vez com Gacy após sair do emprego em uma farmácia. Ninguém imaginava a extensão dos crimes que iria encontrar, desde as dezenas de garotos assassinados por ele ao fato de Gacy manter um cemitério clandestino na própria casa.
Segundo Sullivan, o caso ganhou contornos inimagináveis após as descobertas dos cadáveres, e isso fez com que as pessoas se assustassem para valer. Não era o tipo de crime que se via nos noticiários. Tudo parecia um filme de terror, parecia ficção, inacreditável.
Gacy era empreiteiro e tinha amigos influentes na cidade e na política, e por isso era considerado alguém “acima de qualquer suspeita”. Ele fazia trabalhos voluntários como palhaço visitando hospitais. Tinha até um apelido, que era “Pogo, o Palhaço”. A princípio, seus amigos não acreditaram nas acusações da polícia. Isso até o primeiro corpo aparecer.
Essa aparente “normalidade” atribuída a ele fez com que as pessoas se sentissem confusas e apavoradas: como identificar um serial killer se ele podia ser confundido com alguém “comum”? Um vizinho, um colega de trabalho… qualquer membro da sociedade podia ser um assassino oculto.
Os capítulos de Killer Clown Profile se concentram no processo de investigação, captura e julgamento, que acabou sendo midiático. O livro é completo no que diz respeito ao caso de John Wayne Gacy, um crime difícil de esquecer pelas peculiaridades que carrega. Os momentos mais chocantes são os das descrições da descoberta dos corpos, dos cheiros sentidos pelos policiais e das declarações do acusado sobre como matou suas vítimas. Segundo os detetives, Gacy jamais demonstrou o mínimo remorso pelos homicídios.
Não há muita informação sobre a infância de Gacy e questões mais pessoais, exceto algumas referências ao pai dele – consta que foi uma pessoa agressiva e que o humilhava quando criança -, aos diagnósticos de psiquiatras presentes no julgamento.
* Livro enviado ao site pela Darkside Books
Título: Killer Clown Profile: Retrato de um Assassino
Autores: Terry Sullivan, Peter T. Maiken
Tradução: Lucas Magdiel, Mariana Branco
Páginas: 432
Editora: Darkside Books
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SINOPSE – “Killer Clown Profile: Retrato de um Assassino”, novo livro da linha Crime Scene®, da DarkSide® Books, traz detalhes de investigações e audiências de John Wayne Gacy pela voz de quem caçou e prendeu o assassino em série brutal. Capítulo a capítulo vemos o caso se desenrolar, e as duas faces de Gacy ― a do empresário bem-sucedido que ainda encontrava tempo para se dedicar aos interesses da comunidade e aquela que os psiquiatras nomeados pelo tribunal pintaram em seu julgamento ― se mesclarem. Raramente é possível fazer um retrato tão profundo e fiel de um monstro. A história de Gacy veio à tona e perturbou profundamente os moradores de Chicago. Como confiar novamente nas figuras que os rodeavam? O julgamento foi repleto de depoimentos e conjecturas obscenas da defesa, mas terminou com Gacy condenado à morte. Ele aguardou a execução de sua sentença por catorze anos, e usou seu período de isolamento para pintar diversos quadros (palhaços, autorretratos, figuras religiosas e bastante polêmicas), muitos dos quais foram vendidos ― outros tantos queimados. Poucos anos depois da condenação de Gacy, as pessoas viriam a se assustar novamente com palhaços, mas dessa vez na ficção: Stephen King lançou It: A Coisa em setembro de 1986, deixando para sempre a imagem perturbadora do palhaço Pennywise na mente de todos. Apesar de nunca ter confirmado a inspiração, os fãs do escritor de coração assombrado relacionam a origem do personagem com o visual de Gacy. E para quem sofre de coulrofobia, meio sorriso distorcido pela maquiagem excessiva já basta para causar pesadelos.
Jornalista. Trabalha com curadoria de informação, gestão de mídias sociais e criação de conteúdo digital. Em 2014, lançou o e-book “Os Maiores Detetives do Mundo” (Chris Lauxx). Contato: analaux@gmail.com
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