O ASSASSINO DE VALHALLA | 5 curiosidades sobre a série + o final (com spoilers)

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O Assassino de Valhalla é uma série original da Netflix feita na Islândia, país que tem pouco mais de 364 mil habitantes, situado no meio do Atlântico Norte. Um lugar glacial, que será palco de assassinatos violentos cometidos por um serial killer.

Confira a seguir cinco curiosidades sobre a série e uma explicação do final.

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ALERTA: TEXTO COM SPOILERS

 

1. SOBRE O QUE É A SÉRIE

A série trata da caçada da polícia a um serial killer, o primeiro caso dessa natureza na Islândia, alguém que está matando e desfigurando os olhos das vítimas. Na cena do crime, é encontrada ainda uma misteriosa foto antiga. A policial que conduzirá as investigações chama-se Kata, e ela será ajudada por um outro policial que virá de Oslo, Arnar. Os dois têm problemas pessoais para lidar além da investigação, e isso acaba comprometendo o andamento do caso, mas eventualmente eles entram em sintonia e descobrem o grande mistério no final.

 

2. FOI INSPIRADA EM UM CASO REAL

A série é uma criação do escritor e diretor Thordur Palsson (foto). Em uma entrevista, ele chegou a dizer que a história foi inspirada em um caso que realmente aconteceu, porém não quis revelar mais detalhes pois não quis atrair atenção para a história. Vale dizer que a série tem co-autoria de mais quatro escritores, entre eles Óttar M. Norðfjörð, que é um romancista islandês dedicado à ficção policial.

 

3. QUEM ESTÁ NO ELENCO

A protagonista é a atriz islandesa Nína Dögg Filippusdóttir, que faz a policial Kata. Ela também esteve em Trapped, série bastante recomendada para quem ama suspenses nórdicos. O segundo protagonista é o islandês Björn Thors, o policial Arnar, alguém muito misterioso, antissocial e lacônico. Em vários momentos, ele se torna um personagem mais interessante do que a própria protagonista pois carrega um segredo consigo.

 

4. O FRIO, O SILÊNCIO E O ISOLAMENTO

A série se passa no inverno da Islândia, que fica a 2.780 km ao sul do Pólo Norte. O cenário é sempre de muita neve, com temperaturas variando de 0º na costa islandesa a – 30º no norte do país. Há momentos em que a policial dirige seu carro por longas e solitárias estradas, rodeadas por campos cobertos de neve e nada mais no horizonte. A sensação é de isolamento e hostilidade.

 

5. OS POLICIAIS NÃO USAM ARMAS

Em um dos episódios, a policial Kata precisa usar uma arma. Para isso, ela liga para a central de polícia para solicitar uma senha, pois a pistola está guardada em um cofre no porta-malas de seu carro. Isso porque, na Islândia, os policiais geralmente não carregam armas com eles, apenas um grupo de operações especiais tem permissão para isso. Policiais de patrulha estão autorizados a carregar bastões extensíveis e spray de pimenta. Segundo o Washington Post, na Islândia, um terço de todos os cidadãos tem armas – mas os policiais, na maioria das vezes, não têm.

 

SOBRE O FINAL


(Valhalla por Emil Doepler)

ALERTA DE SPOILER – O nome da instituição onde os meninos são internados é Valhalla, que significa “Salão dos Mortos” na mitologia nórdica. Neste lugar, descobre-se que os meninos foram maltratados e molestados por anos, e que foi também onde morreu Tommi, o caso que motivou toda a história de vingança. Valhalla é o lugar para onde vão os guerreiros mortos, que seriam abrigados por Odin, o principal deus da mitologia nórdica. Após a polícia ter apontado o pai de Tommi como o serial killer, Kata percebe que nem todos os crimes têm o mesmo modus operandi. É quando é revelado que o assassino de Tommi foi na verdade o procurador do Estado, co-fundador da instituição e que também molestava os meninos. Ele se mostra um colaborador da polícia até o último capítulo, com a ajuda do chefe de polícia de Reykjavik, que é seu cúmplice. A metáfora de Valhalla se refere a esse lugar onde os meninos deveriam estar seguros, retirados de lares sem estrutura para serem acolhidos pelo Estado, mas ao invés disso eram torturados e molestados por quem devia protegê-los.

 

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DICA DE LEITURA

Título: O Silêncio do Túmulo
Autor: Arnaldur Indridason
Tradução: Álvaro Hattnher
Editora: Companhia das Letras
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SINOPSE – Um esqueleto, provavelmente datado da Segunda Guerra, é encontrado nas gélidas imediações de Reykjavík, Islândia. Enquanto um grupo de arqueólogos trata de removê-lo e analisá-lo, cabe ao inspetor Erlendur desencavar histórias escabrosas não resolvidas da região. Mas acontecimentos tão antigos são difíceis de ser retraçados, sobretudo quando nem todo mundo deseja lembrar-se deles. Quem afinal morava no chalé inacabado do alto da colina, e o que aconteceu lá? Pode um crime brutal ter ocorrido no quartel dos aliados, instalado naquele local durante a guerra? Será que a jovem mulher, comprometida com um homem bem-sucedido de uma tradicional família islandesa, jogou-se mesmo ao mar, sem motivo aparente? Essas não são, no entanto, as únicas questões que pairam sobre a cabeça do policial: sua filha, Eva Lind, com quem ele mantém uma relação distante, entrou em coma devido ao abuso de drogas. O acontecimento leva Erlendur a questionar toda a sua vida, bem como a rememorar um trauma de infância envolvendo o irmão e uma tempestade de neve. Mas, na Islândia de Indridason, não só a natureza é inclemente; o passado que vem à tona vai revelar inúmeras marcas de violência, escondidas nas ruas de Reykjavík, nos porões dos apartamentos, ou em um chalé isolado. A alternância entre a investigação, os dramas pessoais de Erlendur e os episódios ocorridos naquela colina há mais de sessenta anos fazem de O silêncio do túmulo um romance policial bastante peculiar: mais do que nas pistas físicas, a resolução do suposto crime está na memória inexata daqueles que habitam este lugar inóspito, à beira do esquecimento. Essas idas e vindas temporais, habilmente construídas pelo autor, deixam ainda mais tocantes as histórias, e potencializam as sucessivas surpresas guardadas para o final.

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