Por Ana Paula Laux – Em Necrotério (Companhia das Letras, 2010), a médica-legista Kay Scarpetta precisa descobrir o que levou o corpo de um homem morto a sangrar dentro da geladeira de um necrotério horas após ser transportado para lá. Ele estaria vivo quando foi colocado na geladeira? Ou será que houve um erro médico?
Depois de algum tempo servindo na Base Aérea de Dover, Scarpetta volta ao Centro Forense de Cambridge para resolver o mistério do “corpo sem identificação”, da pessoa que pode ter morrido por negligência ou intencionalmente. Após meses afastada do Centro, ela encontra um lugar bem diferente daquele que deixou e não sabe em quem confiar. No decorrer da investigação, ela é deliberadamente mal informada sobre detalhes importantes que vão sendo levantados, tanto pela polícia quanto pelo FBI e Forças Armadas. Ou seja, a coisa começa a ficar estranha.
Desconfiada, Scarpetta percebe que a sua própria equipe tem escondido informações e, para piorar, detalhes íntimos de seu passado profissional ameaçam comprometer sua reputação e emprego. É esse universo cheio de nós e intrigas que Patricia Cornwell cria para sua protagonista maior.
Os primeiros capítulos poderiam ser mais enxutos, pois em alguns momentos o exagero descritivo acaba interferindo no ritmo da leitura. O enredo evolui no decorrer dos capítulos e, aos poucos, o mistério vai sendo explicado. O final não chega a ser uma surpresa daquelas, mas é bem bolado.
O texto de Patricia Cornwell é sempre bem descritivo. Exposições médicas, científicas e tecnológicas recheiam o livro, como as descrições sobre nanotecnologia, a arquitetura interna do helicóptero de Lucy e as já frequentes enumerações médicas da legista. Estão presentes na trama figuras habituais, como o investigador Pete Marino, a sobrinha hacker Lucy Farinelli e o psicólogo/marido Benton Wesley.
Para quem gosta de um coquetel literário de suspense+ciência forense+thriller.
Título: Necrotério
Autora: Patricia Cornwell
Páginas: 376
Editora: Paralela
Ano: 2010 (no Brasil, 2014)
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SINOPSE: Conhecemos o início de sua carreira, quando Kay Scarpetta aceitou uma bolsa da Força Aérea para pagar pelos estudos na universidade. Agora, mais de vinte anos mais tarde, suas conexões militares secretas a trazem de volta para a base aérea Dover, onde esteve em um programa de treinamento. Como chefe do novo Centro Forense de Cambridge, em Massachusetts, Scarpetta enfrenta um caso que pode destruir sua reputação e tudo aquilo que lutou para conquistar pessoal e profissionalmente.
Jornalista. Trabalha com curadoria de informação, gestão de mídias sociais e criação de conteúdo digital. Em 2014, lançou o e-book “Os Maiores Detetives do Mundo” (Chris Lauxx). Contato: [email protected]