10 livros sobre polícia, gangues e milícia

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No Brasil de hoje, quem se sente seguro? Por isso, selecionamos 10 títulos que problematizam a estrutura das polícias nos estados, a corrupção em muitas corporações e o oportunismo que faz com que homens da lei usem suas fardas para violar a lei. E não estamos falando apenas das comunidades esquecidas pelo poder público. A violência está em toda a parte. Conhecer essa realidade complexa é também uma forma de enfrentar a guerra urbana diária de nossas cidades.

 

1. Elite da Tropa, de Luiz Eduardo Soares

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Baseado em fatos reais, este livro conta histórias reveladoras de personagens que viveram na pele o dia-a-dia do Batalhão de Operações Policiais Especiais, o BOPE. Escrito por uma das maiores autoridades do país em segurança e por dois policiais que já foram membros do BOPE, Elite da Tropa mostra um lado desconhecido da violência das grandes cidades – o ponto de vista do policial, seus hábitos e obrigações.

 

2. Matar Alguém, de Roger Franchini

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Em uma chuvosa madrugada, durante um plantão que se encaminhava para a total tranquilidade, nas ruas do centro de São Paulo, os policiais e parceiros Maurício e Rodrigo se deparam com a morte de um fotógrafo. Seria mais um caso comum, assumido pela delegacia de homicídios da maior e mais movimentada cidade do país, se, em meio às pistas deixadas no apartamento do defunto, não fosse encontrado um pen drive com a gravação de várias conversas telefônicas do secretário de Segurança do Estado. Qual a ligação dessa morte com uma série de assassinatos de policiais militares na periferia da cidade, realizados por membros do Primeiro Comando da Capital (PCC)? Por que um alto funcionário do governo estadual estaria se encontrando secretamente com uma jornalista? Qual a razão de um suposto fotógrafo ter grampeado um secretário de governo? É o que Matar Alguém, quarto romance policial do advogado e ex-investigador Roger Franchini, vai revelar em suas páginas recheadas de teorias de conspiração, violência e sexo.

 

3. Caveiras, de Vitor Abdala

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“O menino correu pelas ruas escuras da favela olhando a todo momento para trás. Seus perseguidores gritavam para que parasse, mas ele sabia que não deveria. Talvez conseguisse chegar à sua casa se tivesse sorte. Era sua única chance. Em sua ingenuidade infantil, esperava que a mãe o protegesse”. Numa favela do Rio de Janeiro, Serginho, um menino de apenas 12 anos, é executado com um tiro na cabeça dentro de sua própria casa por cinco homens fardados de preto. Segundo a mãe do garoto, os assassinos são policiais da tropa de elite. O crime está envolto em mistério. Afinal, os caveiras, integrantes do respeitado batalhão, executaram o menino? E por que teriam feito isso? Ivo, um jovem repórter do jornal O Carioca, começa, então, uma busca para saber a verdade por trás dessa história. E, quanto mais ele aprofunda a investigação, mais se aproxima de um terrível segredo que envolve a tropa de elite. Agora, a vida de Ivo e de sua família está em risco. Caveiras é um suspense policial com elementos de horror sobrenatural que mergulha na violência do Rio de Janeiro.

 

4. Rota 66, de Caco Barcellos

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As origens da criação de um sistema mortal de extermínio, seus métodos e sua consciência Já consagrado pelo público e pela crítica, Rota 66 é um livro onde o autor desmonta a intricada rede que forma o “esquadrão da morte oficial” montado em São Paulo. Resultado de uma investigação meticulosa e audaciosa, a obra foi escrita por Caco Barcelos, que é correspondente internacional da Rede Globo e considerado um dos jornalistas de maior prestígio dentro da emissora, pela audiência conseguida por suas reportagens.

 

5. Socorro! Polícia!, de Amanda Ribeiro e Luiz Fernando Menezes

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Os jornalistas Amanda Ribeiro (Folha de São Paolo) e Luiz Fernando Menezes (Aos Fatos) ficaram um ano tentando responder a essa pergunta. Entrevistaram dezenas de policiais militares e especialistas em segurança pública, leram livros e artigos sobre o assunto e exploraram pesquisas e bancos de dados sobre a instituição. Tudo isso os levou a descobrir que a questão é muito mais complexa do que parece. Por um lado a polícia faz execuções sumárias, usa violência desmedida e abusa da autoridade, mas por outro ela sofre com uma estrutura institucional sucateada, baixos salários e falta de segurança. Em meio a tudo isso, surgiram outros questionamentos. Será que o que a televisão e os jornais mostram é de fato a realidade policial? Seria a tão falada desmilitarização um caminho viável? e a justiça, o controle de fronteiras, a taxa de desemprego e a educação? Elas também não interferem na segurança pública brasileira? Socorro. Polícia. é uma reportagem em quadrinhos que não tira conclusões. Seu objetivo é mostrar o quão problemática é a situação e que não existem soluções rápidas. Mas uma coisa fica clara, não se pode culpar o policial, pois ele é um dos que mais sofre com a Polícia Militar.

 

6. Como Nascem os Monstros, de Rodrigo Nogueira Batista

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Como nascem os monstros é um intenso e perturbador “romance não-ficcional”, na linha de A Sangue Frio, do americano Truman Capote (1924-1984). O diferencial mais forte entre os dois, porém, é que no livro de Rodrigo Nogueira – ex-policial militar, preso desde novembro de 2009 na unidade prisional da PM (antigo BEP / Batalhão Especial Prisional) – a narrativa tem muito de autobiográfica: ele lança mão de suas próprias experiências para contar a história do soldado Rafael, treinado, desde muito jovem, não para policiar mas para “eliminar o inimigo” a qualquer custo. O protagonista inicia sua trajetória na PMERJ como um paladino da justiça, sonhando em “servir e proteger” – como dizia o slogan de propaganda do governo estampado nas fichas de inscrição para o concurso. Aos poucos, a convivência com colegas mais velhos, curtidos no dia a dia da frente de batalha entre polícia e bandido, o transforma em guerrilheiro urbano, livre para saquear territórios conquistados e eliminar pessoas quando julgar conveniente, fomentando o círculo vicioso de violência e morte que tem pontuado as ações policiais na região metropolitana do Rio de Janeiro. Fruto de trágica equação – a equivocada política de segurança pública do estado somada a uma formação torta e incipiente nos quartéis da PM -, Rafael começa a seguir o exemplo dos mais graduados e entra num caminho perigoso e cruel, do qual não se tem volta.

 

7. A Guerra: a ascensão do PCC e o mundo do crime no Brasil, de Bruno Paes Manso e Camila Nunes Dias

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Uma reportagem de alta temperatura, que comprova a falência da segurança pública no Brasil. Os autores entrevistaram diversos integrantes do PCC e revelam as entranhas das organizações criminosas. Este livro é uma reportagem capaz de fixar a fisionomia do crime no Brasil. Os autores obtiveram relatos inéditos de integrantes das facções e contam essa história sob um ângulo inédito e revelador. Geridas de dentro dos presídios, as facções criminosas se profissionalizaram. Quem assumiu a dianteira desse processo foi o PCC, responsável por um grau inédito de organização nos presídios brasileiros. Criada em 1993, meses após o Massacre do Carandiru, quando 111 presos foram mortos pela polícia, a facção passou a ditar as regras do crime nos presídios de São Paulo, impôs sua influência sobre outros estados e agora se internacionaliza a uma velocidade vertiginosa. Nunca essa realidade foi retratada com tintas tão fortes.

 

8. Cobras e Lagartos. A Verdadeira História do Pcc, de Josmar Jozino

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Em meados de 2003, o repórter policial Caveirinha recebe uma suposta ameaça de morte pelo PCC (Primeiro Comando da Capital). Deixado em quarentena pelos seus superiores, o intrépido repórter de repente se vê impossibilitado de fazer o que mais gosta: escrever suas matérias. Acompanhado por uma escolta policial durante meses, Caveirinha decide então contar tudo o que sabia a respeito da facção criminosa. Desse trabalho, nasceu Cobras e Lagartos, um panorama dos bastidores do surgimento e funciona mento de uma das maiores organizações do crime organizado no Brasil. Publicado em 2005, Cobras e Lagartos recebeu a menção honrosa do prêmio Vladimir Herzog de Anistia e de Direitos Humanos. Agora, 12 anos depois, Caveirinha volta à carga com a reedição dessa obra, atualizada e com um novo capítulo, no qual conta como o PCC se expandiu para além das fronteiras do Estado de São Paulo, como funcionou a ligação da facção criminosa com a máfia italiana e qual foi o destino dos fundadores e líderes d o Primeiro Comando da Capital. Uma obra de peso e uma das principais referências do jornalismo policial brasileiro.

 

9. O Infiltrado: Um repórter dentro da polícia que mais mata e mais morre no Brasil, de Raphael Gomide

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Finalista do Prêmio Livro-Reportagem Amazon 2019. O premiado repórter Raphael Gomide foi recruta por um mês na PM do Rio de Janeiro para entender por que é a polícia que mais mata e mais morre no Brasil. O resultado desse trabalho investigativo de fôlego é este corajoso livro-reportagem. O autor fez um mergulho no coração da PM, o Curso de Formação de Soldados, para descobrir como pensam os policiais do Rio. Descobriu que a violência é naturalizada no discurso dos policiais e dos alunos. No treinamento, ouviu instrutores ensinarem a forjar cena de crime para alegar legítima defesa. O livro revela também que os PMs do Rio vivem com medo e em uma relação de ressentimento com a sociedade, que acreditam não reconhecer sua dedicação. A reportagem que deu origem ao livro foi publicada em 7 páginas na Folha de S.Paulo e recebeu o Grande Prêmio Lorenzo Natali da União Europeia, o 1º lugar na América Latina e Caribe do Prêmio Lorenzo Natali e o 2º lugar no Prêmio Anistia International de Imprensa – Reino Unido. Uma versão da matéria foi impressa em 12 idiomas no Le Monde Diplomatique. Raphael Gomide foi repórter por 17 anos na Folha de S.Paulo, revista Época, O Estado de S.Paulo, DIA e Portal iG, entre outros veículos. Foi enviado especial à Faixa de Gaza (2009), ao Egito na Primavera Árabe (2011) e ao Haiti (2007), durante a Missão da Paz da ONU. Recebeu inúmeros prêmios nacionais e internacionais, como o Prêmio Mundial de Direitos Humanos da Anistia Internacional, o Prêmio Embratel de Reportagem, Prêmio Folha de Reportagem, entre outros.

 

10. Rio sem Lei, de Hudson Corrêa e Diana Brito

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A corrupção política, a máfia dos jogos, o tráfico de drogas e as narcomilícias criaram, com ajuda de policiais corruptos, um poder paralelo no Rio de Janeiro que intimida e elimina quem atravessa no seu caminho. Entre as vítimas estão a juíza Patrícia Acioli, assassinada com 21 tiros na porta de casa, em 2011, e a vereadora Marielle Franco, executada com quatro tiros na cabeça, em 2018. O que já era uma guerra civil se transforma agora em conflito militar inédito na história do país. Pela primeira vez, desde a Constituição de 1988, houve intervenção das Forças Armadas na segurança pública de um estado. Ancorado em minuciosa investigação jornalística, esse livro revela como o Rio chegou a situação tão extrema.

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