Cinco filmes de Hitchcock tão legais quanto Psicose

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Por Luciana da Cunha – No mês de aniversário do mestre do suspense, vou aproveitar pra prestar uma breve homenagem e causar um pouco de polêmica em torno da obra mais lembrada de Alfred Hitchcock: Psicose.

Sim, é inegável o legado deste filme, principalmente para o gênero Terror dos dias de hoje. Na época, a obra chegou a ser considerada grotesca e forte demais para o público – a fotografia em preto e branco foi um requisito para “suavizar” tanto sangue.

Longe de mim querer defender o conservadorismo da época, mas eu prefiro alguns filmes pré-Psicose que eu considero bem mais elegantes, bem mais a cara do Hitchcock e não menos eletrizantes do que a cena do assassinato no chuveiro.

Ali pela década de 1950 o acervo do diretor contou com produções anuais (às vezes até semestrais) e a participação recorrente de atores como James Stewart, Grace Kelly e Cary Grant. Parece até injustiça querer listar apenas alguns filmes dessa época, mas reuni aqui as cinco produções que eu nunca me canso de assistir e de admirar cada vez mais.

 

1. Janela indiscreta (1954)

janela

Se existe um filme que me fez virar fã incondicional de Alfred Hitchock foi Janela Indiscreta. Aqui temos um fotógrafo confinado em casa depois de ter quebrado a perna. Entediado e sem Netflix, ele começa a prestar atenção na vida dos vizinhos e passa a desconfiar que um deles tenha assasinado a esposa. A genialidade do roteiro em uma produção que se passa quase que exclusivamente dentro de um apartamento é apenas um dos elementos que prendeu a minha atenção desde o primeiro instante. Somado a isso ainda temos um elenco de primeira, com direito a James Stewart e Grace Kelly por motivos de: Hitchcock! Quem não passou a prestar mais atenção nos vizinhos depois desse filme, né?

 

2. Intriga internacional (1959)

intriga

Conspiração e espionagem também fazem parte do acervo de Hitchcock. Em Intriga internacional, George Thornhill (Cary Grant) se vê em meio a espiões quando é confundido com um agente do governo marcado para morrer. Ao tentar compreender melhor a situação toda, ele é falsamente acusado de assassinado e protagoniza uma das fugas mais eletrizantes da história do cinema, com direito a correr de um avião, brincar com a vertigem das pessoas no Monte Rushmore e conhecer uma loura fatal que não é tão inocente quanto aparenta.

 

3. Festim diabólico (1948)

Foto 018

Apesar de não arriscar muito com elencos diferentes, Hitchcock gostava de inovar em diversos aspectos técnicos, como fotografia, enquadramento e edição. Este aqui não foi apenas o primeiro filme em cores do diretor (apesar da foto em preto e branco), mas a trama inteira foi feita em apenas 10 tomadas e utilizando o mesmo cenário (bem antes de Dogville). Diferentemente de muitos suspenses, aqui o assassinato já acontece no começo e já sabemos a identidade do assassino. A agonia fica em torno de esconder o corpo durante uma festa. Apesar do James Stewart ter reclamado do filme por ter se considerado subaproveitado, eu ainda acho o roteiro inteligentíssimo e um dos suspenses mais genialmente simples que eu já assisti.

 

4. Disque M para matar (1954)

disque

Muito antes de Garota Exemplar (2014), Hitchock já retratou problemas conjugais que iriam longe demais. O ex-jogador de tênis Tony Wendice (Ray Milland) decide se aposentar para se dedicar ao seu casamento com Margot Mary Wendice (Grace Kelly). Isso é o que ele quer que a gente acredite, mas logo descobrimos que o plano, na verdade, é assassinar a sua esposa e herdar toda a grana dela. Outros elementos da trama são corrupção policial, chantagens em torno de cartas trocadas entre Margot e um ex-amante e um crime que dá muito errado.

 

5. Ladrão de casaca (1955)

casaca

Se essa fosse uma escala de elegância, Ladrão de casaca certamente estaria no topo. Junte Grace Kelly, Cary Grant, Riviera Francesa e uma história que envolve um ladrão de joias e faça as contas. Na trama, John Robie (Grant) é um ex-ladrão de joias que ajuda a investigar novos casos deste tipo de roubo – e provar que ele não é o autor desta vez. A produção pega um pouco mais leve no suspense e é quase considerada um romance mesmo, mas é claro que Hitchcock não nos deixaria livres das reviravoltas e da desconfiança de todos os personagens em cena.

 

(Imagens: divulgação)

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5 comentários em “Cinco filmes de Hitchcock tão legais quanto Psicose”

  1. Adorei seu texto, Luciana, e concordo contigo que estes são filmes imperdíveis do Mestre. Quanto mais assistimos, mais gostamos. Você já assistiu o filme preferido do Hitch, A Dama Oculta? É fantástico, também colocaria nesta lista, porque não é tão falado mas perdemos o fôlego assistindo, além de envolver um trem, o que melhora tudo! Um abração e obrigada pelo texto.

    1. Oi Adriana! Que bom que gostou do texto! 😀 Confesso que ainda não assisti A Dama Oculta, mas fiquei com muito mais vontade de assistir. Tenho certeza de que também é fantástico! O problema de fazer listas é que sempre fica alguém de fora, né? Esses cinco foram os que mais me marcaram até hoje, mas sempre tem espaço pra mais clássicos 😉

      1. Verdade, não quis dizer que a sua lista está incompleta, é que eu também não conhecia A Dama Oculta, não é tão conhecido. Um que Hitchcock amava também é A Sombra de uma Dúvida. Li numa entrevista que os preferidos dele eram aqueles onde a gente nunca sabe se o culpado é mocinho ou bandido. Amo! Abçs e obrigada!

  2. Oi Luciana!
    Adoro Hitchcock e por incrível que pareça nunca assisti o lendário Intriga Internacional.
    Dos outros filmes que você citou, “Disque M para matar”, “Festim Diabólico” (que agonia quando começam a tirar as coisas de cima daquele baú!) e “Janela Indiscreta” também estão entre os meus favoritos, mas eu ainda incluiria nessa lista “Um Corpo que Cai”, meu queridinho do diretor 😉
    Beijos,
    alemdacontracapa.blogspot.com

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