Gênese é mais um trabalho primoroso de Karin Slaughter
Por Raquel de Mattos – A cada dia que eu leio um de seus livros eu me apaixono mais e mais por ela. Sim, tem que ter sangue frio para ler Karin Slaughter, pois suas histórias são pesadas e suas descrições, mais ainda. Mas se você gosta do gênero tanto quanto eu, irá adorar os detalhes. Não são aqueles detalhes chatos de ler, intermináveis. Ela só te conta o suficiente para deixar que a sua imaginação complete o resto.
Apesar de ser fã confessa da Karin, eu não estava exatamente no ritmo para começar a leitura, pois eu havia acabado de ler Jantar Secreto, do Raphael Montes, e estava devastada! O livro dele é maravilhoso e eu tinha aquela sensação de que nada preencheria aquele vazio. Mas era a Karin Slaughter, uma das minhas autoras favoritas da atualidade (junto com a Tess Geritsen) e eu sabia que ela não me decepcionaria. E não me decepcionou!
Uma trama bem elaborada, com toques de humor pontuais e bem colocados, fizeram com que a leitura fluísse rápida, mas sem desespero. Não é um livro que se quer devorar em uma noite, mas também não se consegue passar impune ou deixar pra lá.
Essa foi a primeira história em que aparece a personagem Sara Linton, (uma fofa) médica na emergência do Hospital Grady, onde ela conhecerá Will Trent e Faith Mitchell. Todos estarão presentes em outras tramas, juntos ou não (Will aparece em Tríptico, mas ainda não é parceiro da Faith, por exemplo). O legal da autora é que todos os personagens têm um passado um tanto sombrio, mas que ela vai revelando bem aos poucos para que você queira ler os outros livros para saber mais. E pelo visto tem bastante…
A história começa quando um casal idoso atropela uma mulher na floresta e, quando ela chega ao hospital, descobre que seus ferimentos vão muito além daqueles cometidos pelo carro. Por acaso Will & Faith estão no Grady, pois Faith já tem seus próprios problemas… Nenhum dos personagens da trama está ali à toa, nem que seja para roubar sua atenção. Não existe enrolação. Todos são bem construídos, parecem com pessoas com as quais a gente convive ou conhece de alguma forma. Quando for escritora quero saber fazer as coisas tão bem feitas quanto ela! Eu descobri o que acontecia mais por intuição do que por dedução (dificilmente eu acerto). Mas todos são suspeitos o tempo todo. E os detalhes sempre fazem a diferença. E não precisa ficar voltando na história para entender algo que deixou passar, pois tudo fica sempre bem claro.
Mais uma vez Karin Slaughter me provou que ela pode se superar a cada livro. Ela já tinha me capturado com Flores Partidas e Tríptico, e não me deixou na mão com Gênese. Se você nunca leu nada dela, recomendo que comece por A garota de olhos azuis e Flores Partidas (tem resenha aqui).
Abraços literários!
Título: Gênese
Autora: Karin Slaughter
Tradução: Gustavo Mesquita
Editora: Record
Páginas: 490
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SINOPSE – Uma caçada a uma mente doentia que está prestes a dar vazão a toda a crueldade de que a natureza humana é capaz. Quando uma paciente chega à emergência do hospital Grady gravemente ferida, a médica Sara Linton se depara com um mundo de violência e terror. A mulher foi atropelada por um carro, mas, completamente nua, com marcas de tortura pelo corpo, ela parece ter sido vítima de uma mente muito perturbada. A polícia começa a investigação, porém o detetive Will Trent não se dá por satisfeito. Ele logo descobre uma câmara subterrânea que esconde uma revelação macabra: a mulher que deu entrada no hospital não foi a única vítima desse sádico. Com a ajuda da Dra. Linton, Will e a sua parceira, Faith Mitchell, mergulham na caça ao assassino. Quando outra mulher desaparece sem deixar vestígios, a verdade os atinge como um golpe brutal: o esconderijo do assassino foi descoberto, mas ele continua em ação. Agora os três são o único obstáculo entre um louco e sua próxima vítima.
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Carioca aquariana da gema, museóloga em Barretos (SP). Fã de Agatha Christie, descobriu diversos autores fantásticos ao longo da estrada da literatura policial. Ama café, livros e chocolate e é fácil de ser agradada!
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