RUBEM FONSECA | Conheça os livros com o detetive Mandrake

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Criado em 1967 por Rubem Fonseca, Mandrake estreou nas páginas de “Lúcia McCartney”, terceiro livro de contos do escritor.

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Diferente do que se pode pensar, Mandrake não é tira nem detetive particular mas advogado criminalista. É, portanto, um homem da lei, que fareja pistas de crimes para solucionar os casos que lhe caem no colo. Aliás, não é difícil quando clientes repousam sobre o corpo desse sujeito talhado para ser um antiherói.

Carioca da gema, o “doutor” Mandrake divide escritório com o sócio, Leon Wexler (ou Weksler), sujeito sério, ético e calejado. Os dois compartilham a máquina italiana de café expresso e os “pepinos” que entram pela porta, geralmente vindos de gente da alta sociedade. Entre os advogados, uma regra: o sócio fica com as causas cíveis, deixando para Mandrake as criminais, geralmente casos de extorsão, chantagem e estelionato. Mandrake só ignora o combinado se tiver mulher bonita envolvida.

Pessoalmente, Mandrake é um homem de inclinações bem definidas e nem sempre simpáticas. Tem um fraco por bebidas e charutos cubanos, é desorganizado, sarcástico e sedutor. Seus valores morais são questionáveis, mas o charme e o carisma de garanhão equilibram a balança. Um cliente já o definiu como cínico, inescrupuloso e competente.

Colecionador de jogadas de grandes enxadristas, movimenta as peças no tabuleiro de forma maliciosa. Um olho no oponente, outro na cinza do charuto que teima equilibrar. Dono do seu tempo, Mandrake busca o olhar do adversário, dá uma golada no vinho e o empareda. Quando se percebe, a porta está aberta e ele na rua, atrás de novas emoções. A vida tem suas ciladas, aventuras e prazeres, e Mandrake sabe viver.

Conheça as aparições de Mandrake na obra de Rubem Fonseca.

(De Os Maiores Detetives do mundo, de Chris Lauxx)

 

1. Lúcia McCartney

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Os contos reunidos em Lúcia McCartney têm o vigor das manchetes de jornais e a consagrada verve ficcional de Rubem Fonseca. Neles vibram as ameaças e seduções, as surpresas e a insensatez que cercam os personagens das grandes cidades. A primeira aparição de Mandrake acontece no conto O Caso de F.A.

 

2. Feliz Ano Novo

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`Feliz ano novo`, livro de contos lançado em 1975, teve sua publicação e circulação proibidas em todo o território nacional um ano mais tarde, sendo recolhido pelo Departamento de Polícia Federal, sob a alegação de conter `matéria contrária à moral e aos bons costumes`. O regime autoritário, que tentava à força encobrir os problemas que compunham a face negra do país, não suportou a linguagem dessa coleção que traduz ficcionalmente a verdadeira fratura exposta do corpo social. Mandrake aparece em no conto Dia dos Namorados.

 

3. O cobrador

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O Cobrador, publicado em 1979, era aguardado não apenas por ser o quinto livro de contos de Rubem Fonseca, já então considerado um dos mais importantes e inovadores escritores do gênero no Brasil. Era também seu primeiro livro após Feliz ano novo, de 1975, ter sido recolhido por ordem da censura, sob a alegação de ter conteúdo contrário “à moral e aos bons costumes”. A resposta veio no conto que dá título ao livro, em que Rubem Fonseca apresenta um de seus personagens mais inquietantes. Amálgama de bandido, poeta e revolucionário, o Cobrador era uma espécie de vingador não apenas da divisão de classes, mas também da violência simbólica que é o controle da palavra.

 

4. A grande arte

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`A Grande Arte` apresenta o personagem Mandrake, advogado charmoso e de prestígio, que se envolve em uma trama no submundo carioca e no deserto boliviano ao juntar-se com um matador profissional, especialista em facas, na tentativa de desvendar o misterioso assassinato de uma prostituta.

 

5. E do meio do mundo prostituto só amores guardei ao meu charuto

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O criminalista Mandrake, velho conhecido dos leitores de Rubem Fonseca, retorna nesta trama de isolamento, depravação e assassinatos costurada por relatos do escritor Gustavo Flávio, que já nos foi apresentado no romance Bufo & Spallanzani. Publicado originalmente em 1997, E do meio do mundo prostituto só amores guardei ao meu charuto, título tirado de versos de Álvares de Azevedo, é um dos melhores exemplos da singular combinação de crueza e erudição que marca a obra de uma das grandes vozes literárias de nosso tempo.

 

6. Mandrake – A bíblia e a bengala

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Mandrake ressurge em uma trama que congrega suas mais célebres obsessões: charutos, vinhos tintos portugueses, livros, mulheres e enigmas. Em dois casos conectados, da Bíblia à bengala, ele se vê às voltas com um incunábulo de Gutenberg, um anão apaixonado, uma condessa italiana, uma extensa lista de ex-amantes e cadáveres que insistem em cruzar o seu caminho.Ao aceitar o desafio de procurar o namorado desaparecido de uma linda bibliófila, Mandrake realiza uma incursão pelo estranho mundo dos colecionadores de livros raros e, ao mesmo tempo, descobre que uma Bíblia de Mogúncia, de valor inestimável, foi furtada dos cofres da Biblioteca Nacional. Depois, o marido de um antigo affair é encontrado morto — e o fato de a arma do crime ser a bengala preferida de Mandrake só colabora para colocá-lo no topo da lista de suspeitos.Em Mandrake – A Bíblia e a bengala, publicado pela primeira vez em 2005, o autor homenageia a literatura policial por meio da subversão, controlando minuciosamente a tensão e o ritmo da narrativa para criar uma obra envolvente e cercada de mistérios.

 

7. Calibre 22

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Neste novo livro de contos, Rubem Fonseca traz de volta um personagem marcante de sua trajetória literária, o detetive Mandrake, contratado para desvendar quem está por trás de uma série de assassinatos envolvendo o editor de uma famosa revista feminina. Além dessa, a coletânea reúne outras narrativas mais curtas, em que temas caros ao autor voltam à cena, entre eles a desigualdade social e suas consequências muitas vezes trágicas; a violência motivada por racismo, misoginia, homofobia e outros preconceitos; a crítica velada ou escancarada a dogmas religiosos; as atitudes imprevisíveis de mentes psicopatas. Tiros certeiros de um autor do mais alto calibre.

 

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