YOUTUBE | Arquivos Serial Killers, Ilana Casoy

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Por Ana Paula Laux – Arquivos Serial Killers, da Ilana Casoy, é uma edição comemorativa da Darkside Books que reúne dois livros da autora antes publicados: Louco ou Cruel? e Made in Brazil. Tem de mais de 700 páginas e é um estudo de vários casos envolvendo serial killers no Brasil e no mundo, com informações detalhadas sobre cada perfil.

A autora faz uma pesquisa completa apresentando dados sobre os assassinos, vítimas, modus operandi, algumas fotos, frases destacadas, descrição da análise de peritos, aspectos psicológicos, entrevistas e opinião de médicos. Algumas descrições são realmente aterrorizantes e difíceis de imaginar.

Na primeira parte destacam-se casos mais conhecidos, como o de Jeffrey Dahmer (o canibal de Milwaukee), Ted Bundy (que assassinou várias mulheres na década de 1970 e foi executado na cadeira elétrica em 1989), Albert Fish (canibal e matador de crianças) e Ed Gein (inspirou o personagem Norman Bates). Muitos desses casos, inclusive, foram parar no cinema e inspiraram escritores em seus livros. No Brasil, os casos de Febrônio Índio do Brasil e Chico Picadinho ainda são lembrados. Esta segunda parte é menos descritiva e mais analítica. Ilana entrevista alguns assassinos em série que estão vivos, e se emociona com o resultado desses encontros.

Pensei em alguns aspectos após a leitura. Em muitos casos (tanto no Brasil quanto lá fora), houve uma demora considerável para identificar o assassino porque eles não condiziam com o esteriótipo criminal procurado pela polícia (e pela sociedade). Foi o caso de John Wayne Gacy, “O palhaço assassino”, que era um respeitado membro da comunidade até descobrirem que matava meninos no porão da sua casa. Foi condenado pela morte de 29 garotos e morreu na prisão, executado por injeção letal. Acontece muito também de as vítimas pertencerem a grupos marginalizados – prostitutas, meninos de rua, outro fator que implica na demora da identificação desse tipo de ação.

Outra coisa que me chamou a atenção é a maneira como a mídia historicamente trata este tipo de notícia. Praticamente todos os serial killers mais conhecidos receberam apelidos – “O canibal de Milwaukee”, “O Vampiro de Niterói” – , fato que incentiva até uma apropriação naturalmente cultural do nome. Como Febrônio Índio do Brasil, que violentou e matou várias pessoas no final da década de 1920 e acabou virando até marchinha de carnaval:

“Eu fui no mato, / crioula, / buscar cipó, / crioula! / Eu vi um bicho, / crioula, / d’um olho só! / Não era bicho, / não era nada, / era o Febrônio / de calças largas”

O livro é muito bem organizado e objetivo. Quanto à exposição dos fatos, a pesquisa de Ilana Casoy é tão aplicada quanto respeitosa. Sem contar a edição, que está realmente linda. Vem com um marcador personalizado, capa dura e a alta qualidade já característica dos livros da Darkside Books. Recomendadíssimo.

 

Veja a resenha em vídeo

 

 

SOBRE O LIVRO

Título: Arquivos Serial Killers
Autora: Ilana Casoy
Ano: 2017
Editora: Darkside Books
Páginas: 720
Este livro no Skoob

SINOPSE – Os dois livros, Serial Killers: Louco ou Cruel? e Serial Killers: Made In Brazil, reunidos num único volume de luxo, com mais de 700 páginas de investigação. Ilana Casoy é autoridade no que diz respeito a mentes criminosas e resolução de crimes no Brasil. Para escrever Louco ou Cruel?, a escritora mergulhou em arquivos da polícia e da Justiça, do FBI e da Scotland Yard, além de ter feito uma pesquisa rigorosa em diversas outras fontes para compor um inquietante roteiro de como, por que razão e com que métodos os serial killers agem. Em Made in Brazil, Casoy dedicou-se a investigar os serial killers brasileiros, no que viria a ser o primeiro livro do gênero dedicado aos assassinos em série do Brasil. Foram cinco anos de pesquisas, visitas a arquivos públicos, manicômios e penitenciárias, além de entrevistas cara a cara com personificações do mal em terras tupiniquins, para produzir um dossiê sobre o lado mais sombrio do ser humano. Perturbador e por muitas vezes comovente, o relato de Casoy nos apresenta histórias que nem a ficção e o cinema conseguiram imaginar.

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